A Universidade de Harvard disse que removerá a encadernação feita de pele humana de um livro do século XIX mantido na sua biblioteca. A motivação seria a “natureza eticamente carregada” de como a encadernação incomum aconteceu. As informações são do The Guardian.

O livro “Des Destinées de l’Ame” (Destinos da Alma, em tradução livre), um romance francês escrito por Arsène Houssaye em 1880, está na Biblioteca Houghton da universidade desde 1930. A obra passou a chamar a atenção internacional em 2014, quando testes confirmaram que a encadernação foi feita com pele humana.

Na quarta-feira, 27, a Universidade de Harvard informou que pretende remover a encadernação de pele e vai trabalhar com as autoridades locais para “determinar uma disposição final respeitosa dos restos mortais”.

O médico francês Ludovic Bouland encadernou o primeiro volume do livro com pele humana. Segundo a universidade, o profissional fez isso com uma paciente morta no hospital onde trabalhava, certamente sem consentimento. A obra chegou à universidade por meio do diplomata norte-americano John B. Stetson.

No ano de 2014, a universidade gerou polêmica em todo o mundo ao anunciar o uso de uma nova tecnologia para confirmar que a encadernação havia sido feita com pele humana. Depois, Harvard lamentou o “tom sensacionalista, mórbido e humorístico” com que o caso foi anunciado.

“Pedimos desculpas em nome da Biblioteca de Harvard pelas falhas passadas em nossa administração do livro, que objetivaram e comprometeram ainda mais a dignidade do ser humano”, finalizou a universidade em comunicado.