A Universidade de Columbia anunciou na quarta-feira (23) que pagará US$ 221 milhões (R$ 1,2 bilhão), ao governo de Donald Trump que havia ameaçado a instituição de retirar fundos federais devido à suposta falta de diligência na proteção de estudantes judeus.
Como parte do acordo, o financiamento federal que o governo Trump suspendeu ou cancelou para a instituição educacional de Nova York no primeiro semestre do ano foi restaurado.
Columbia “alcançou um acordo com o governo dos Estados Unidos para resolver múltiplas investigações de agências federais sobre supostas violações das leis federais contra a discriminação” afirmou a instituição em comunicado, ao detalhar que US$ 200 milhões serão pagos em três anos.
A universidade pagará os outros US$ 21 milhões para encerrar investigações lançadas pela Comissão de Igualdade de Oportunidades no Emprego, conforme informou.
Agradecendo à Columbia por “concordar em fazer a coisa certa”, Trump alertou em uma publicação nas redes sociais que “inúmeras outras instituições de ensino superior que prejudicaram tantas pessoas e foram tão injustas (…) ainda estão por vir”.
“Segundo o acordo de hoje, a maioria das subvenções federais que foram canceladas ou suspensas em março de 2025 será restabelecida e o acesso de Columbia a bilhões de dólares em subvenções atuais e futuras será restaurado”, declarou a universidade.
A perspectiva do retorno do financiamento federal traz alívio à instituição, que enfrentava uma crescente pressão financeira.
O acordo também é uma vitória para Trump, que alega que as universidades de elite fazem lavagem cerebral nos alunos com ideias esquerdistas.
A Universidade de Harvard, um centro de ensino com séculos de história em Cambridge, Massachusetts, também está em uma disputa com o governo por suas ameaças de cortar o financiamento federal.
O acordo desta quarta, cuidadosamente redigido e no qual Columbia não admitiu nenhuma irregularidade, poderá oferecer uma base para futuros acordos.
“Marca um avanço importante após um período de escrutínio federal constante e incerteza institucional”, disse Claire Shipman, reitora interina da universidade.
“O acordo foi cuidadosamente desenhado para proteger os valores que nos definem e permitir que nossa associação de pesquisa com o governo federal volte aos trilhos”, acrescentou.
A universidade enfatizou que “o acordo preserva a autonomia e a autoridade da Columbia em relação à contratação de professores, admissões e decisões acadêmicas”.
Ao mesmo tempo, a Columbia manterá uma força de segurança para impedir manifestações em espaços acadêmicos, como os protestos pró-Palestina que eclodiram no ano passado, nos quais manifestantes entraram em confronto com autoridades e ocuparam prédios da universidade.
Também concordou em “fornecer prontamente” às autoridades federais as informações solicitadas sobre “ações disciplinares envolvendo estudantes portadores de visto, que resultaram em expulsões ou suspensões, e registros de prisões conhecidos pela Columbia ou atividades criminosas”.
A própria Columbia se viu no centro de uma tormenta por acusações de antissemitismo desencadeadas por protestos no campus contra a guerra de Israel em Gaza.
Alguns estudantes judeus disseram que foram intimidados e que as autoridades não agiram para protegê-los.
A Columbia anunciou na terça-feira uma série de punições, incluindo expulsões e retiradas de diplomas, contra quase 80 estudantes que participaram do movimento de protesto pró-Palestina que pediam que a universidade a universidade retirasse seus investimentos de Israel.
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