Rio – Há pelo menos duas semanas, alunos da UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) que dependem do transporte gratuito oferecido pela instituição não estão conseguindo seguir a rotina de estudos. Um grupo de aproximadamente 300 pessoas denuncia que os ônibus intercampi, usados para transportar os universitários, estão com as atividades suspensas. A Pró-Reitoria de Administração da universidade diz que os veículos passam por manutenção, mas ainda não deu um prazo para o retorno dos ônibus.

Universitários que moram na Baixada Fluminense, por exemplo, encontram dificuldades para completar a carga horária das aulas. Muitos que o alto custo dos transportes públicos e horários são os principais obstáculos. “Eu tenho que sair 40 minutos mais cedo da aula para conseguir chegar no horário do último ônibus que segue para o bairro onde moro em Duque de Caxias. Posso dizer que o meu problema é pequeno na frente de alguns colegas da universidade” diz o universitário Roberto Duarte, do curso de Letras.

Thainá Marinho da Silveira, que também do curso de Letras, explica que sua despesa com passagens é muito alta e que o transporte universitário é indispensável. “Fiz minhas contas e gastaria R$ 25 por dia, em transporte. O gasto é muito alto e não teria condições de manter. Mandei um e-mail para a professora explicando que não daria para assistir a aula por conta do problema no ônibus”.

Thainá é moradora do bairro Austin, em Nova Iguaçu, e fala sobre as dificuldades do dia a dia. “Eu pego três conduções e levo cerca de três horas para chegar na Unirio. Como estudo na parte da noite, o transporte gratuito ajuda demais. O estudante da Baixada Fluminense não tem direito ao passe livre e, por conta disso fica na dependência do transporte oferecido pela universidade”.

O problema enfrentado pelos dois colegas de curso se estende para universitários. “Eles falam que os veículos estão em manutenção e que pneus novos serão colocados nos ônibus, mas a gente se depara todos os dias com esses veículos estacionados no pátio da universidade. Isso é um absurdo”, completa a Thainá.

Procurada pelo O Dia, a Coordenadoria de Comunicação Social limitou-se a dizer que está esperando o laudo da oficina para saber quanto tempo irá levar para que os veículos voltem a circular.