Por Pushkala Aripaka e Simon Jessop

(Reuters) – A estratégia da Unilever ficou sob escrutínio do mercado nesta quinta-feira, após a gigante de produtos de consumo abandonar em definitivo a compra de 68 bilhões de dólares pelo negócio de saúde da GlaxoSmithKline.

As ações da Unilever subiram após a empresa dizer que não aumentaria sua oferta, que foi rejeitada. A empresa disse que sua visão sobre o valor do negócio de saúde não mudou apesar da GSK ter levantado as previsões financeiras para a unidade, na qual a Pfizer também tem 32% e fabrica produtos como pasta de dente Sensodyne e analgésicos Panadol.

Analistas sentiram que a administração da Unilever, sob pressão após uma queda de 31% das ações desde as máximas do fim de 2019, foi sensata em não aumentar a oferta por um negócio que a GSK quer cindir. Analistas do Barclays chamaram isso de “movimento inteligente”, dizendo que a decisão “mostra que, embora a Unilever continue muito interessada no ativo, é disciplinada e não fará o negócio a qualquer preço”.

Mas outros disseram que a desistência foi inesperada e que isso levantou questões sobre o plano da empresa presidida por Alan Jope para uma mudança mais gradual em direção a produtos de saúde, beleza e higiene e longe de produtos de menor margem.

Enquanto isso, um grupo de investidores da Unilever disse que apresentou uma nova resolução pedindo à empresa que corrija um “ponto cego crucial” em sua estratégia e estabeleça metas ambiciosas para vender alimentos mais saudáveis.

A GSK, liderada pela presidente-executiva Emma Walmsley, manteve o plano de desmembrar a unidade de saúde do consumidor, apesar da pressão anterior de investidores ativistas para considerar alternativas como uma venda.

Walmsley rejeitou três propostas da Unilever e a proposta final feita em 20 de dezembro compreendia 41,7 bilhões de libras em dinheiro e 8,3 bilhões de libras em ações da Unilever.

As ações da GSK caíam 2% às 13h07 (no horário de Brasília).