Único senador do PT a assinar o requerimento de instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar o esquema bilionário de desvios de aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Fabiano Contarato (ES) disse que a instalação não seria “de bom tom” para o governo Lula (PT).
Para Contarato, o Palácio do Planalto tem como prioridades “aprovar medidas para alavancar a economia, gerar emprego e renda e reduzir a desigualdade”, e a apuração das fraudes é uma “função do Legislativo”.
Desde que Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) deflagraram uma operação movida pelos desvios [Polícia Federal e CGU (Controladoria-Geral da União) cumpriram 211 mandados judiciais de busca e apreensão], o ministro Carlos Lupi (PDT) pediu demissão da Previdência e a oposição aumentou a artilharia contra Lula e seus comandados.
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“Esses fatos atingem uma camada da população com alto grau de vulnerabilidade e precisam ser apurados. Obviamente que, para o governo, não é propício ou de bom tom [instalar uma CPMI]. Mas eu estou com a consciência tranquila e por isso assinei [o requerimento]”, concluiu o parlamentar, em entrevista concedida nesta segunda-feira, 26, durante seminário do Iree (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) para discutir segurança pública, direitos humanos e democracia, em São Paulo.
Contarato destoou dos oito colegas de bancada e dos deputados petistas, que têm buscado associar o escândalo ao governo Bolsonaro (PL) — conforme as investigações, as fraudes começaram em 2019 — e evitar uma Comissão Parlamentar. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), marcou a leitura do requerimento apresentado para 17 de junho.