Daniel Sonnewend Proença, único médico que sobreviveu ao ataque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, que vitimou outros três colegas de profissão na madrugada da última quinta-feira, 5, foi transferido para São Paulo para continuar a reabilitação.

A informação foi divulgada nesta segunda, 9, por meio de um boletim emitido pelo Hospital Samaritano Barra, onde Proença estava internado desde quinta-feira. A transferência, informa o comunicado, foi um pedido da família do médico de 32 anos.

“O Hospital Samaritano Barra, da rede Americas, informa que o médico Daniel Sonnewend Proença acaba de ser transferido para um hospital em São Paulo, para continuidade da reabilitação e tratamentos posteriores”, afirma o Hospital Samaritano Barra.

“Todos os procedimentos realizados com relação às revisões cirúrgicas e a fixação definitiva do fêmur foram avaliados e estabilizados para que o processo da transferência fosse realizado em segurança atendendo ao pedido da família, quanto ao retorno para a capital paulista”, concluiu o comunicado.

O nome do hospital em São Paulo onde Daniel continuará o tratamento não foi informado.

No último sábado, o hospital já havia informado que Proença estava “lúcido, orientado” e com um “quadro clínico estável”. Na sexta, 6, o sobrevivente gravou um vídeo – publicado pelas redes sociais da jornalista Lu Lacerda – dizendo que se sentia bem, apesar de algumas fraturas. “A gente vai sair dessa juntos, tá? Valeu pela preocupação, obrigado”, disse o médico em sua primeira manifestação após o ataque.

Daniel Sonnewend Proença é o único sobrevivente de um atentado que deixou três mortos em um quiosque da Barra da Tijuca, no início da madrugada da última quinta-feira, 5. Na ocasião, ele estava acompanhado dos médicos Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), todos assassinados no local. Os profissionais estavam no Rio para um congresso de medicina.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes. Como mostrou o Estadão, a principal hipótese da polícia para a motivação do assassinato é que um dos médicos, Perseu Ribeiro Almeida, pode ter sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, miliciano e filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado por autoridades policiais como um dos chefes de uma milícia que atua na zona oeste da cidade do Rio.

Momentos antes do ataque, a Polícia Civil do Rio interceptou conversa telefônica que corrobora com essa linha investigativa.

Na noite de quinta-feira, 5, a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos. A suspeita é de que ao menos dois deles sejam de suspeitos de envolvimento no ataque. Três corpos foram localizados dentro de um veículo na Rua Abrahão Jabour e outro em um segundo veículo, no bairro Gardênia Azul. A hipótese é que os assassinatos teriam ocorrido a mando do crime organizado, que disputa o território da zona oeste com milicianos.