Reconhecido por unir a arte da mágica ao humor, o ator, comediante e mágico Gabriel Louchard estreia a terceira edição do “Ilusões – Espetáculo Internacional de Mágicas”, reunindo, pela primeira vez no Brasil, ilusionistas consagrados da Coreia do Sul, França, Espanha e Suécia.
A turnê vai percorrer cinco capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Curitiba, e encerra em São Paulo, no Teatro das Artes, de 31 de julho a 03 de agosto.
Em entrevista à IstoÉ Gente, o artista – que é o único mágico brasileiro a ter um programa de TV sobre ilusionismo, o “Truque de Humor”, no Multishow – falou sobre as diferenças deste espetáculo em relação aos produzidos no exterior.
“O show é todo concebido aqui, dirigido no Brasil, com roteiro criado aqui, é todo produzido, construído aqui. E os mágicos vêm apenas de fora com as suas esquetes, que eles já fazem pelo mundo todo, que já são sucesso na Europa, nos Estados Unidos ou pela Ásia. E eles vêm, trazem os números e eu vou conduzindo o show”, explicou ele, que também atuou em novelas da Globo, como “Rock Story” (2017), “Salve Jorge” (2013), e participou de quadros do humorístico “Zorra Total”.
Amigo de grandes nomes midiáticos, como Fabio Porchat e Tata Werneck, Louchard aproveitou a ocasião para destacar os desafios que o ilusionismo enfrenta no Brasil, país onde este tipo de arte não é muito explorado.
“A gente não tem essa tradição, essa cultura de espetáculos de mágica, né? É difícil a gente ver shows de mágica em cartaz. Mas eu, por exemplo, tenho meu espetáculo de stand-up comedy com mágica, há 14 anos viajo o Brasil inteiro fazendo e onde passa é sucesso de público. [O nicho de mágica] É sempre muito escasso e eu busco apresentar de uma forma diferente, sempre com muita comédia”, afirmou ele, que descartou os clichês da mágica do espetáculo com os ilusionistas internacionais.
“Quando a gente vê um show de mágica, a gente já vai esperando que vai ter uma mulher serrada ao meio, alguém levitando ou sumindo. Mas não, eu sempre procuro artistas bem diferentes. Não vou ter coelho, cartola, pomba. Eu vou ter números que são criados por esses mágicos. Ou seja, não é uma mágica que vários mágicos fazem”, detalhou.

Gabriel Louchard – Jorge Bispo
Ilusionismo no Brasil x exterior
Ao ser questionado sobre as diferenças da arte do ilusionismo no Brasil e no exterior, Gabriel aponta uma escassez devido à falta de espaço na nossa tradição.
“No Brasil, não há tradição de espetáculos de ilusionismo em cartaz. No momento, a gente tem um show em cartaz rodando, além do nosso. Mas desde que eu sou pequeno, eu sempre me perguntei por que não se vê espetáculos de ilusionismo no Brasil com frequência, já que o Brasil é um país continental gigantesco e a gente tem uma cultura muito rica com grandes ilusionistas aqui, embora o público não conheça tanto. E o ilusionismo é uma arte que agrada a qualquer um”, iniciou ele, apontando um preconceito por parte do público diante do desconhecido.
“Tem gente que fala que não gosta de mágica, mas eu acho engraçado, porque até quando ela [a pessoa] fala que não gosta, eu vejo que gosta. A pessoa fala assim: ‘Eu não gosto de mágica, porque eles me enganam e eu fico perguntando como é que ele faz aquilo’. Então, assim, é um não gosto que gosta, porque se sente desafiado”, explicou.
“Mas é uma arte que é muito eclética, todo mundo gosta, de criança ao idoso, chama a atenção. Então, para a gente não ter essa tradição no Brasil, a gente não tem o costume de ver espetáculos, mas é uma coisa que a gente vai virando esse jogo”, completou.

Gabriel Louchard em número de mágica no palco – Alessandra Tolc