São Paulo, 14 – A oferta de etanol é suficiente para atender o consumo doméstico do Brasil, afirmam em nota a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e o Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), após pedidos para que a mistura do biocombustível na gasolina seja reduzida de 27% para 18%. “O Brasil, para fins de segurança energética, possui um Comitê de Monitoramento do Abastecimento de Etanol (CMAE), sob coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME), onde essas informações são periodicamente discutidas pelos agentes públicos e privados”, diz o comunicado. “A última reunião do Comitê foi realizada há uma semana e evidenciou a disponibilidade de etanol anidro para o pleno atendimento do consumo doméstico.”

Segundo as entidades, o uso do etanol no Brasil é referência mundial. “Nesse cenário, é estarrecedor que interesses retrógrados e ambientalmente indefensáveis visem prejudicar a imagem do Brasil no exterior, com uma medida que faria aumentar as nossas emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global.”

A nota informa, ainda, que a oferta de etanol anidro aumentará nas próximas semanas com o avanço da moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do País, e que pelo menos 80% da oferta necessária para os próximos 12 meses já está contratada por distribuidoras.

Além disso, afirmam a Unica e o FNS, o biocombustível traz benefícios econômicos, técnicos e ambientais para o Brasil. “O etanol permite um melhor aproveitamento da capacidade de refino interno, reduz a necessidade de importação de combustíveis e proporciona redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação à gasolina pura.”

Entidades representantes de postos de gasolina enviaram um ofício ao MME e à ANP pedindo a redução temporária da mistura de 27% para 18%, argumentando que a quebra na safra de cana-de-açúcar aumenta os custos da gasolina e dificulta o abastecimento de etanol. Nos dois mais recentes leilões de biodiesel, o L79 e o L80, também com o argumento do preço, a mistura mínima foi reduzida de 13% para 10%.