08/05/2020 - 19:05
O Movimento União Rio entregou hoje (8) 12 mil aventais à Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Os aventais são para a proteção individual dos profissionais da área de saúde e ajudam a evitar o contágio pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.
Do total entregue, 7 mil serão distribuídos pelo ministério em hospitais federais do estado e os 5 mil restantes serão destinados para o Instituto Nacional de Cardiologia. O Movimento União Rio é um trabalho voluntário da sociedade civil que une pessoas físicas e organizações não governamentais com o objetivo de fortalecer indivíduos em situação de vulnerabilidade.
O movimento atua em duas frentes: saúde e comunidades. Segundo uma das líderes Daniella Raimundo, o contato com a superitendência do Ministério da Saúde no estado se deu quando o movimento começou a mapear as necessidades de hospitais. A iniciativa está ajudando também a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro que distribui os equipamentos nas unidades da sua rede. Um dos hospitais já atendidos foi o Raul Gazolla.
Prioridades
O União Rio fez uma compra significativa de equipamentos de proteção individual (EPIs) com o dinheiro que tinha em caixa e tem entregas programadas até o próximo dia 23. O objetivo do Movimento é minimizar os efeitos da pandemia e tentar preservar vidas.
“A gente vai atendendo dia a dia, de acordo com a demanda dos hospitais. A gente entende que não tem como competir com o Estado em termos de volume, mas enquanto está faltando EPIs para os profissionais que estão na linha de frente, a gente vai tentando suprir essa demanda e entregando conforme as compras que a gente fez”, informou Daniella.
No último sábado (2), o Movimento União Rio conseguiu entregar, em apenas 24 horas, 1,5 mil aventais ao Hospital Geral de Bonsucesso e ao Hospital Federal dos Servidores do Estado, que apresentavam nível máximo de urgência, o que garantiu que o atendimento aos pacientes pudesse ser mantido.
UFRJ
O início do movimento teve como meta a reforma e reativação de 50 leitos de UTI do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dedicados exclusivamente a pacientes com covid-19. Daniella conta que o valor arrecadado, foi muito superior à expectativa, e graças à ajuda da sociedade civil, foi possível doar 60 leitos de UTI, dos quais, até hoje de manhã, 29 já estavam ocupados por pacientes entubados, com uso de ventilação mecânica.
“A gente não conseguiu abrir todos os leitos ainda. Dos 31 que faltam, alguns estão sem técnicos de enfermagem contratados, em outros estamos esperando equipamentos que ainda não chegaram. Mas, aos poucos, a ideia é que a cada semana a gente consiga abrir pelo menos mais dez leitos”. Graças a patrocínio obtido com o setor privado, Daniella Raimundo revelou que está sendo feita uma ampliação no HUCFF e o movimento pretende entregar, até o final de maio, 96 leitos de enfermaria para covid-19. O hospital universitário da UFRJ recebeu ainda a doação de cinco respiradores, além de 62 monitores multiparâmetros e uma central de monitoramento.
Arrecadação
Até ontem, o movimento arrecadou R$ 37,8 milhões, dos quais R$ 28 milhões foram arrecadados para a área da saúde e R$ 9,8 milhões para a área de comunidades. “A gente já entregou mais de 100 mil cestas de alimentos e material de higiene e limpeza em 178 comunidades no Rio. Mais de 90 mil famílias foram beneficiadas”.
Com a Rede D’Or, o movimento vai atuar no hospital de campanha que a instituição está construindo na Barra da Tijuca, no Parque dos Atletas, zona oeste da capital fluminense, em terreno sob gestão do governo fluminense. A estrutura terá 200 leitos para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) vítimas da covid-19.