A União Europeia (UE) está no caminho certo para cumprir suas metas climáticas até 2030, garantiu a Comissão Europeia nesta quarta-feira (28), apesar das dúvidas persistentes em relação às ambições do bloco para o ano de 2040.
A Comissão, braço Executivo da UE, espera que as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas em 54% até 2030, na comparação a 1990, muito perto do objetivo original de 55%.
Segundo a instituição, a UE já reduziu suas emissões em 37% desde 1990, incluindo 8% em 2023, e, portanto, a meta de 2030 está a alcance.
No entanto, o bloco europeu enfrenta um cenário delicado, com a urgência de enormes investimentos no setor de segurança e defesa.
O comissário europeu para o Clima, Wopke Hoekstra, disse que o mundo está enfrentando atualmente “um inverno geopolítico”.
“Mas, apesar de tudo o que está acontecendo, acreditamos que temos boas notícias e temos o prazer de dizer que a UE está no caminho certo para atingir sua meta para 2030”, acrescentou.
A Comissão observou que a maioria das nações do bloco está alinhada às metas para alcançar uma participação da energia renovável no consumo total de 42,5% até 2030.
O comissário também destacou as disparidades entre os países do bloco em termos de redução de emissões e ressaltou os desafios de proteger as florestas e o armazenamento de carbono.
Por exemplo, a Comissão observou que Bélgica, Estônia e Polônia ainda não apresentaram seus planos nacionais de redução de emissões e pediu que os três países o fizessem “sem demora”.
No entanto, muitos membros da UE observam um forte crescimento da direita política, um quadro que tem impulsionado uma postura mais favorável a negócios nas instituições europeias.
Assim, o bloco está sob enorme pressão para revisar as principais leis adotadas nos últimos anos, como as regulamentações sobre desmatamento ou os requisitos de “vigilância ambiental” para as empresas.
Simultaneamente, a UE se depara com a necessidade de responder ao aumento da concorrência comercial da China e dos Estados Unidos, em um contexto marcado por ameaças de escalada de tarifas com Washington.
No início de maio, os eurodeputados apoiaram a flexibilização dos padrões de emissões impostos à indústria automotiva, a fim de evitar multas pesadas pelo não cumprimento das metas.
O novo sistema adotado analisa as emissões ao longo de três anos, de 2025 a 2027, em vez de apenas um ano.
Esta modificação fornece um prazo para os fabricantes que estão atrasados em relação às metas de redução de emissões e evita penalidades baseadas nos resultados de 31 de dezembro de 2025.
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