Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro estão articulando suas candidaturas a presidente da República em 2022. Mandetta até já disse, na semana passada, que gostaria de ter Moro como vice. Moro, por sua vez, explicou à ISTOÉ que ainda não decidiu o que vai fazer no futuro e nem se vai mesmo entrar na carreira política, embora as pesquisas o coloquem em segundo lugar na corrida presidencial, faltando dois anos para o pleito. O certo é que fontes ligadas ao governador João Doria ligaram os radares na direção tanto de Moro quanto na de Mandetta. Ambos são considerados por Doria como excelentes vices em uma chapa encabeçada por ele, com o peso da máquina do governo de São Paulo. “Uma chapa de Doria com Moro ou com Mandetta torna-se imbatível”, diz essa fonte.

DEM

Os contatos entre eles estão só no início. A opção por Mandetta é até mais factível. Afinal, o ex-ministro é do DEM, que apoia Doria em São Paulo (seu vice-governador, Rodrigo Garcia é do DEM), e já está no governo de SP o infectologista João Gabbardo, que era o segundo de Mandetta no ministério, numa dobradinha de sucesso no combate à Covid.

Novo partido

Para ser Moro, Doria precisa se livrar do estigma de corrupção que ficou no PSDB (Alckmin, Serra e Aécio). Tanto que, ao comentar as denúncias envolvendo seus antecessores, Doria disse que “o PSDB não vai condenar nenhum tipo de investigação”. É provável que Doria apresse a fusão do PSDB com o DEM para criar um novo partido, de centro-direita.

Ex-mulher sabe tudo

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O deputado Arthur Lira não aprendeu a lição elementar da política: ex-mulher é para sempre. Sua ex, Jullyene Cristine Lins Rocha, denunciou-o ao MPF por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Ele declara um patrimônio de R$ 1,7 milhão, mas tem, na realidade, 18 bens no valor de R$ 11,6 milhões. O caso está com o ministro Luís Roberto Barroso, do TSE. Adeus candidatura à presidência da Câmara.

Rápidas

* Para variar, será o pobre cidadão que vai pagar o pato da reforma tributária de Guedes. Os 13 alimentos da cesta básica, o famoso arroz, feijão e macarrão, subirão R$ 0,18 cada item. Ou seja, custarão R$ 2,34 a mais. É pouco? É. Mas os bancos pagarão menos.

* Ocorre que o PIS/Cofins é de 9% e a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), que unificará os dois impostos, será de 12%. Um aumento da carga tributária: e o Brasil já é campeão nessa categoria.

* Lula está na lista negra da Receita. Deve R$ 1,1 milhão ao Fisco, por multas nos processos a que foi condenado a 26 anos por corrupção. O advogado Roberto Teixeira tem débitos de R$ 4,9 milhões e, José Dirceu de R$ 53 milhões.

* Carluxo derrubou mais um: o presidente do BB, Rubem Novaes, que pediu demissão na sexta-feira, 24. Ele foi duramente atacado pelo 02 quando cortou as verbas publicitárias do banco para sites bolsonaristas.

Retrato falado

“Quem nega o coronavírus apoia o genocídio” (Crédito: Governo do Estado de São Paulo)

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, condenou, em live na ISTOÉ, o presidente Bolsonaro por sua posição negacionista em relação à gravidade do coronavírus. Com quase 2,5 milhões de infectados e mais de 90 mil mortos, o Brasil está no epicentro da doença e o presidente insiste em minimizar a pandemia. Por sorte, o Instituto Butantan, do governo paulista, em parceria com a chinesa Sinovac, está desenvolvendo a vacina. “É uma luz no fim do túnel”, disse Garcia.

Os “cancelados”

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, fez um bem inestimável à democracia e à vida saudável na mídia social. Mandou o Twitter e o Facebook “cancelarem” deputados, blogueiros e empresários bolsonaristas que provocam pânico e disseminam fake news na Internet, com ataques torpes a adversários do chefe deles, o presidente Bolsonaro. Assim, Twitter e Facebook cancelaram as contas de gente nociva à democracia, como dezenas de investigados tanto por fake news quanto pelos atos antidemocráticos, como é o caso do blogueiro Allan dos Santos, que recebe dinheiro da Secom para promover Bolsonaro, e empresários como Otávio Fakhoury, dono do site “Crítica Nacional”.

Extremistas

Na lista estão ainda nomes como os de Luciano Hang, das Lojas Havan, e Edgard Corona, das Academias Bio Ritmo e Smart Fit, e o ex-deputado Roberto Jefferson. Mas não poderia faltar ainda Sara Geromini, a “Sara Winter”. Para burlar a ordem do STF, eles estão abrindo contas no exterior, operando-as daqui.

Toma lá dá cá

Deltan Dallagnol, Coordenador da Lava Jato (Crédito:Divulgação)

Como o senhor está vendo o combate à corrupção no Brasil atualmente?
A Justiça brasileira tem a mão leve com os poderosos. Várias instituições, como o Congresso e o Supremo, estão devendo no combate à corrupção.

O que eles deveriam fazer e não estão fazendo?
Espero que o Congresso tome uma postura firme contra a corrupção, aprovando a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reintroduz  a prisão após condenação em segunda instância.

Como o senhor viu a decisão do ministro Dias Toffoli ao barrar a apreensão de documentos no gabinete do senador José Serra?
Foi uma decisão equivocada. Não existia ali o foro privilegiado. Os supostos crimes do senador não foram cometidos no exercício do atual mandato.

Os renegados

Bolsonaro tem o dom de transformar amigos em inimigos com uma facilidade estonteante. Tirou a “amiga” Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso e ela virou sua “inimiga”. Tirou o delegado Waldir
da liderança do PSL na Câmara e ele agora é seu maior adversário em Goiás. A bola da vez é a deputada Bia Kicis (PSL-DF).

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A deputada foi retirada da vice-liderança do governo no Congresso por Bolsonaro, em decisão publicada no DO de quinta-feira, 22, depois que ela não evitou a aprovação do Fundeb. Apesar de ela e outros seis bolsonaristas terem votado contra, o fundo para melhorar a educação básica foi aprovado por 499 a 7. O PSL vai expulsar todos eles da legenda.

Todos contra o monarca da Firjan

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Ângela Costa, vice-presidente da Firjan, vai tentar tirar do trono o atual presidente da entidade, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, no cargo há 25 anos. No dia 17, serão realizadas as eleições e Gouvêa joga sujo para conseguir o nono mandato consecutivo. A empresária tenta acabar com a monarquia na Firjan.