O prazo para a oficialização de nomes em convenções partidárias termina no dia 5, mas alguns partidos já divulgaram as candidaturas para cargos na cidade de São Paulo. É o caso do União Brasil, que terá 56 candidatos a vereador na capital paulista.

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O partido que apoiará Nunes na Prefeitura e que compõe o governo Lula, com o comando de dois ministérios (Comunicações e Turismo), além de ter sido responsável pela nomeação de Waldez Góes ao cargo de ministro de Integração e Desenvolvimento Regional, tem entre os indicados à vereança personagens que ganharam notoriedade em episódios, em sua maioria, que envolvem apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Adrilles Jorge

Jornalista e ex-BBB, Adrilles Jorge era comentarista da emissora Joven Pan quando ganhou ampla exposição por fazer um gesto associado ao nazismo durante uma transmissão ao vivo. Após o acontecimento, Adrilles foi demitido, mas retornou ao canal 50 dias depois.

Este não é a primeira candidatura do jornalista. Em 2022, foi lançado pelo PTB como candidato ao cargo de deputado federal e obteve 91.485 votos, mas não foi eleito.

Douglas Garcia

Declaradamente bolsonarista, Douglas Garcia tem lista extensa de controvérsias. Em seu terceiro pleito — foi eleito deputado estadual pelo PSL em 2018, e tentou a reeleição em 2022 pelo Republicanos, sem sucesso —, o político volta às urnas em 2024, agora tentando a vereança.

Em 2022, enquanto parlamentar, Douglas atacou verbalmente a apresentadora da TV Cultura, Vera Magalhães, nos bastidores de um debate entre candidatos ao governo de São Paulo. Na ocasião, o político chamou a jornalista de “vergonha para o jornalismo brasileiro”, enquanto filmava a ação. Leão Serva, que intermediava o debate, saiu em defesa de Vera e tirou o celular da mão do político, arremessando longe o aparelho.

Outro episódio que envolve Garcia é o do “dossiê antifascista”. Enquanto deputado estadual, o político anunciou, em 2019, ter um dossiê com uma lista de opositores que se autodenominavam antifascistas. O documento circulou pelas redes sociais com informações pessoais dos alvos. Os dados incluíam nome, foto e endereço de trabalho dos opositores. No ano seguinte, foi condenado a indenizar todos os envolvidos.

Nise Yamaguchi

Médica e apoiadora de Jair Bolsonaro, Nise Yamaguchi foi uma das principais defensoras da cloroquina e sua derivada, a hidroxicloroquina, no tratamento da Covid-19 — embora tenha sido comprovado que o medicamento não tem eficácia contra a doença. Durante o ápice da pandemia, a médica foi uma espécie de conselheira de Jair Bolsonaro, então chefe do Executivo Federal, nas ações de enfrentamento à crise sanitária.

Oncologista e imunologista, Yamaguchi chegou a ser cotada para o Ministério da Saúde, mas acabou preterida por Nelson Teich — este que durou apenas 45 dias no cargo.

A médica ainda protagonizou um dos capítulos da CPI da Covid em 2019. Convocada para prestar depoimento, Yamaguchi mentiu ao dizer que nunca havia se encontrado com Bolsonaro (há registro da reunião na agenda do presidente, em 15 de maio de 2020). Além disso, a médica deu declarações falsas como a de que pessoas com doenças reumáticas não poderiam se vacinar — informação desmentida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia.

É a segunda vez que a médica tenta um cargo público. Em 2022, foi candidata a deputada federal pelo Pros, mas não foi eleita.

Rubinho Nunes

Outra aposta do União é o vereador Rubinho Nunes, que tenta a reeleição. O político ficou conhecido por ser uma das lideranças do MBL, movimento que deixou em 2022.

Em episódio mais recente, Rubinho apresentou um projeto na Câmara Municipal de São Paulo que previa o estabelecimento de uma multa no valor de R$ 17 mil para quem desobedecesse alguns requisitos para a doação de comida a moradores de rua. Após repercussão negativa do texto, o vereador suspendeu a tramitação do projeto e disse que o texto havia sido ‘mal interpretado’ e que o objetivo era otimizar as doações aos moradores de rua.