A Executiva Nacional do União Brasil aprovou um requerimento para afastamento e expulsão do presidente interino do partido, Luciano Bivar (PE). A decisão ocorreu durante uma reunião da legenda na quarta-feira, 13, depois de ele protagonizar uma disputa interna com o presidente eleito da sigla, o advogado Antônio Rueda.

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À ISTOÉ, um interlocutor afirmou que Bivar tem, a partir do momento em que for notificado, o prazo mínimo 72 horas para apresentar a sua defesa. Ainda não foi estabelecida uma data para nova reunião, na qual deve ser votado e aprovado o afastamento ou até a expulsão da legenda. O que ocorreu na reunião foi apenas o acolhimento do requerimento.

O encontro da Executiva Nacional do União Brasil teve como foco as supostas ofensas e ameaças políticas de Bivar contra Rueda, além de tratar dos incêndios que destruíram as casas do advogado e da tesoureira do partido, a irmã dele Maria Emília Rueda, em Pernambuco no dia 11 de março.

Ainda segundo o interlocutor, Luciano Bivar segue negando todas as acusações.

Andamento do requerimento

O artigo 95 do Estatuto do União Brasil garante aos filiados, especialmente os membros de órgãos partidários, a ampla defesa, e ficarão sujeitos às medidas disciplinares quando ficar provado que são responsáveis por:

  • Falta de exação no cumprimento dos deveres atinentes às funções públicas e partidárias;
  • Desacato às autoridades partidárias ou às ordens superiores;
  • Violência política contra mulher.

No caso em questão, a Executiva Nacional se valeu do inciso 5° do Artigo 97, que diz: “Nos casos de extrema gravidade ou urgência, a Comissão Executiva Nacional poderá aplicar, em caráter cautelar, por 3/5 (três quintos) de seus membros, qualquer das penalidades previstas no artigo 96 deste Estatuto, bem como decretá-las em qualquer nível da administração partidária”.

O que diz o partido

Por meio de nota, o União Brasil lamentou profundamente o caso dos incêndios, e ressaltou que Rueda solicitou à Polícia Civil uma célere e rigorosa investigação sobre os fatos. “A família não descarta a possibilidade de um atentado motivado por questões político-partidárias”, completou.

“Antônio de Rueda e Maria Emília de Rueda confiam na minuciosa apuração dos fatos e afirmam que não irão se intimidar diante de qualquer ameaça”, finalizou.

Relembre o caso

Bivar e Rueda eram aliados, mas as coisas mudaram e se tornaram caso de polícia. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), usou as redes sociais para comentar sobre os incêndios e acusou Luciano pelo ocorrido.

“Bivar agiu como um desqualificado ao fazer ameaças à família e ao novo presidente do partido. O União Brasil fará uma representação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para que esse crime seja investigado”, disse.

Ronaldo ainda ressaltou que pediria a cassação de Bivar. “Falei com a governadora de Pernambuco Raquel Lyra, que me informou que toda a polícia do estado está dedicada em esclarecer o caso. Nenhum crime ou ameaça ficará impune”, concluiu.