O União Brasil já fechou o acordo para apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas eleições para a prefeitura de São Paulo neste ano, mesmo não tendo todos os pedidos atendidos no plano de governo do emedebista. O anúncio do apoio deve sair durante a convenção do MDB, prevista para o dia 3 de agosto. 

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Nas últimas semanas, Nunes e o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, viveram impasses sobre a aliança. Leite fez declarações públicas de que a composição ainda estava em aberto, mas que havia um encaminhamento para o acordo.

Durante a convenção do União, realizada no último sábado, 20, Leite cobrou de Nunes um governo de coalizão. Ele também pediu a inclusão da criação das secretarias de Proteção aos Mananciais e de Defesa dos Animais no plano de governo.

Fontes da campanha de Nunes afirmaram ao site IstoÉ que os pedidos não serão atendidos imediatamente. Segundo a campanha, as propostas serão debatidas após as eleições.

“As políticas públicas de bem estar animal e dos mananciais já são desenvolvidas pela atual gestão Ricardo Nunes. Neste momento, o plano de governo está recebendo novas propostas para ampliar e criar novas políticas públicas para o futuro. O desenho institucional da nova gestão será feito pelo prefeito reeleito após as eleições”, disse a campanha, em nota.

Um aliado do prefeito afirmou que foi pedido a Milton o fim das exigências públicas. Após o pleito, foi prometido ao vereador a participação das negociações sobre políticas públicas.

Apenas uma das exigências entrou em pacificação para o acordo: a presidência da Câmara dos Vereadores. Essa era uma das condições para que Leite deixasse de pleitear a vice na chapa de Nunes em prol do PL.

Milton Leite já confirmou que deixará a vida pública, mas quer manter o controle do Legislativo municipal. Mesmo longe da disputa e o apoio a três candidatos, ele deve dar as cartas nos bastidores e manter sua influência sobre os vereadores.

Além das demandas públicas, a tropa de choque de Leite queria mais espaço em um possível próximo governo Nunes. Mesmo que não diretamente, Milton expressou sua insatisfação com a abertura dada à legenda ao dizer que o “União é responsável por 8% dos votos no dia da eleição” e pedir respeito ao prefeito.

Outro fator que pesava contra o apoio era a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha. Nos bastidores, Milton ficou incomodado com a indicação do ex-chefe da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (ROTA) Ricardo Mello Araújo como vice de Nunes. Na avaliação da cúpula do partido, o nome teria resistências nas comunidades e poderia tirar votos importantes do emedebista.