A emergência da situação alimentar na África, onde mais de 280 milhões de pessoas estão desnutridas e mais de 3 milhões estão à beira da fome, “não deixa dúvidas”, declarou o presidente da Comissão da União Africana (UA) nesta segunda-feira (28).
O presidente da UA, Mahamoud Ali Youssouf, instou os parceiros internacionais a “cumprirem seus compromissos” na Cúpula das Nações Unidas sobre Sistemas Alimentares (UNFSS), realizada na Etiópia.
“Neste momento crucial, quantas crianças e mães no continente estão indo para a cama com o estômago vazio? Milhões, certamente. A urgência da situação não deixa dúvidas”, declarou Mahamoud Ali Youssouf.
Para o chefe da Comissão da UA, “os choques climáticos, conflitos e perturbações econômicas” são as principais razões para o aumento da insegurança alimentar no continente.
Na abertura da cúpula, organizada por Etiópia e Itália, Ali Youssouf declarou que “282 milhões de africanos estão desnutridos; 52 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar. E quase 3,4 milhões estão à beira da fome; 10 milhões de pessoas estão deslocadas devido à seca, inundações e ciclones”.
Para alcançar a “resiliência nutricional”, Mahamoud Ali Youssouf defendeu que os Estados-membros da organização continental dediquem 10% do seu PIB à agricultura.
“Mas não podemos fazê-lo sozinhos. Apelamos aos nossos parceiros para que cumpram com seus compromissos de financiar e apoiar as soluções africanas”, continuou o chefe da Comissão da UA, em um contexto de redução da ajuda internacional.
Os cortes na ajuda ocidental e, especialmente, o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, colocaram os programas humanitários em uma situação crítica.
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