O titular da Comissão da União Africana (UA) denunciou o tratamento “violento e degradante” contra os migrantes africanos na sexta-feira durante uma tentativa de entrada no território espanhol de Melilla, no qual morreram 23 pessoas, e exigiu uma investigação dos fatos, que será objeto de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na próxima quarta (29).

“Manifesto minha profunda comoção e inquietação diante do tratamento violento e degradante de migrantes africanos que buscam cruzar uma fronteira internacional entre Marrocos e Espanha”, tuitou no domingo à noite o chadiano Moussa Faki.

“Peço uma investigação imediata sobre este tema e lembro a todos os países suas obrigações, segundo a lei internacional, de tratar os migrantes com dignidade e de dar prioridade à sua segurança e a seus direitos humanos, limitando ao mesmo tempo todo uso excessivo da força”, acrescentou o responsável da UA.

Em um tweet, o embaixador do Quênia na ONU, Martin Kimani, anunciou que, por iniciativa de seu país, Gabão e Gana, os outros dois membros africanos não permanentes do Conselho de Segurança, uma reunião a portas fechadas seria realizada sobre a repressão violenta aos migrantes.

Segundo os diplomatas, a sessão, prevista inicialmente para esta segunda-feira (27), acabou sendo adiada para quarta.

Pelo menos 23 migrantes morreram e 140 policiais ficaram feridos, segundo as autoridades marroquinas, em uma tentativa de entrada maciça de aproximadamente 2.000 pessoas no exclave espanhol de Melilla, no norte de Marrocos.

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Este balanço é, de longe, o mais grave das numerosas tentativas de entradas maciças tanto em Melilla como no outro território espanhol no Marrocos, Ceuta, que constituem as únicas fronteiras terrestres entre União Europeia e África.


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