A Unesco pediu, nesta quinta-feira (14), à comunidade internacional que permaneça mobilizada para restabelecer o direito das mulheres à educação no Afeganistão, onde aproximadamente 2,2 milhões de jovens afegãs não podem ter acesso desde o retorno ao poder dos talibãs há quatro anos.
“Em um momento em que alguns procuram normalizar suas relações com os talibãs, peço à comunidade internacional que permaneça mais mobilizada do que nunca por uma restauração plena e incondicional do direito das afegãs à educação”, escreveu a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay.
A Rússia, não mencionada explicitamente no comunicado da Unesco, tornou-se em julho o primeiro país a reconhecer o poder talibã.
“Hoje, o Afeganistão infelizmente se destaca como o único país no mundo onde o ensino médio e superior é estritamente proibido para meninas e mulheres”, enfatizou a diretora da Unesco.
“Toda uma geração de afegãs está sendo sacrificada”, apagando os progressos realizados entre 2001, ano em que os talibãs foram expulsos do poder, e 2021, “graças à ação da comunidade internacional coordenada pela Unesco”, acrescentou.
“Enquanto praticamente não havia meninas na escola em 2001, em duas décadas, a taxa de matrícula de meninas em idade de frequentar a escola de ensino fundamental aumentou para mais de 80%”, destacou Azoulay.
A Unesco destaca que “apoia modalidades alternativas de ensino”, com a formação de milhares de facilitadores encarregados de oferecer aulas de alfabetização para jovens, em sua grande maioria meninas, e o apoio financeiro a meios de comunicação ou redes sociais afegãs que desenvolvem e difundem programas educativos.
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