A Rota Wixárica, no México, um caminho de 500 quilômetros com dezenas de sítios naturais sagrados, foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco neste sábado (12).
A rota, utilizada pelo povo indígena wixárica em peregrinação, foi selecionada entre uma lista de 30 candidatos, juntamente com sítios como os alinhamentos megalíticos de Carnac, na França, e os castelos do rei Luís II da Baviera.
A rota pré-colombiana, que liga os estados de Jalisco (oeste) e San Luis Potosí (centro-norte), “é um testemunho excepcional das tradições culturais contínuas do povo wixárica”, afirmou o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco.
Cerca de 20 sítios sagrados compõem a rota e, ao longo dela, o povo wixárica, também conhecido como huichol, expressa seus vínculos com elementos de sua visão de mundo, como o milho, a águia-real, o veado e o peiote, um cacto alucinógeno que atrai turistas.
Os povos indígenas reclamam que os estrangeiros não reconhecem seus locais de culto, os poluem e os exploram. Esses locais “tendem a ser mercantilizados e folclorizados por meio de uma indústria turística ‘mística'”, explicaram os wixáricas e outros grupos étnicos durante um diálogo com as autoridades em 2022.
Entre os locais que o povo huichol afirma serem os mais afetados pelo turismo está Wirikuta, o ponto mais alto da rota divina e reconhecido pelo governo mexicano como local sagrado desde 2023, juntamente com o restante da rota de peregrinação.
Ao inscrever essa rota à sua Lista do Patrimônio Mundial, a Unesco recomenda que o México proíba as atividades de mineração na área e reforce as regulamentações para conter a expansão urbana.
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