A cada quatro horas, uma pessoa negra foi morta pela polícia brasileira ao longo de 2022. É o que indica o relatório “Pele Alvo: a bala não erra o negro”, divulgado pela Rede de Observatórios nesta quinta-feira (16).

De 3.171 registros de morte analisados pelos pesquisadores que participaram do estudo “Pele Alvo: a bala não erra o negro” que tinham a cor declarada, os pretos eram 2.770 pessoas, ou 87,35%.

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A subnotificação da informação racial dos mortos por intervenção policial chamou a atenção dos pesquisadores. Das 4.219 ocorrências vistas por eles, 1 em cada 4 não tinha a informação sobre cor.

A organização tomou como dados das secretarias estaduais de segurança pública de oito estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.

De todos, a Bahia lidera o número de mortes de pessoas de pele negra, com 1.121. O estado assumiu a liderança do ranking de morte de negros por intervenção do Estado entre 2021 e 2022. Outro dado sobre a Bahia que chamou a atenção é as mortes como fruto da violência policial, que cresceram 300% entre 2015 e 2022.

Em segundo lugar, em número de mortos, vem o Rio de Janeiro, com 1.042 óbitos de pessoas negras, 86,98% do total.

O estudo mostra que, no Estado de São Paulo, houve uma redução de 48,32% no número de mortes: foram 867 vítimas em 2021 e 419 no ano passado. Destas, 63,90% são negras.

O Pará registrou 631 vítimas negras (93,9%), enquanto, Pernambuco, Piauí e Ceará registraram 91 (89,66%), 39 (88,24%) e 152 (80,43%) óbitos de pessoas pretas ou pardas, respectivamente.