Com cerimônia oficial marcada para esta sexta-feira, 4, às 9h de Brasília, os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 são o programa ideal para se ficar aconchegado nas madrugadas até o dia 20, só acompanhando as belíssimas e arriscadas manobras de atletas competindo no gelo e na neve. Também é divertido tentar entender regras de alguns dos esportes, que depois até acabam se tornando queridinhos do público, como foi o curling para os brasileiros, descoberto nas transmissões de Vancouver 2010 e que se tornou conhecido como “aquele da chaleira jogada na pista, com o pessoal de vassourinha tentando cavar caminho para a pedra correr no piso exatamente até os alvos” (uma espécie de bocha, dizia-se).

Na verdade, a Olimpíada de Inverno teve algumas disputas antes da festa de abertura, como ocorre nos Jogos de Verão, para melhor acomodar todo o programa, que soma 3 mil atletas de 90 países que disputarão 109 provas em 15 modalidades. A Globo diz que vai mostrar 70 horas das competições, e o Sportv, 160. Na internet, as disputas também estarão online no olympics.com (lembrando que o nosso fuso horário está 11 horas atrás dos chineses).

Pequim é a primeira cidade na história a sediar Jogos Olímpicos de Inverno e de Verão. Assim, a sempre superaguardada cerimônia de abertura será novamente no Estádio Ninho de Pássaro. Mas com uma hora e 40 minutos, contra as quatro horas que deslumbraram o planeta em 2008, e 3 mil artistas contra os 15 mil que fizeram o espetáculo de 14 anos atrás.

Desta vez, nem adiantaria contornar o mundo até a capital chinesa, pensando em “aproveitar” o tempo congelante que faz a alegria de muitos torcedores (sofrem felizes com pés amortecidos pelo piso de gelo dos ginásios que abrigam pistas de corrida ou camadas de flocos de neve tão espessa pela frente, que têm visão prejudicada das competições que se desenvolvem nas montanhas). Não, nada de público. Foi vetado totalmente, devido à pandemia. Conforme-se, portanto, em assistir do quentinho do sofá (ou da cama).

E o “boicote diplomático” proposto pelos EUA de Joe Biden contra a China? Preocupação zero. Fãs estarão analisando a beleza milimétrica da aerodinâmica do salto de esqui; subindo montanhas junto com esquiadores de fundo, coração na boca; se arrepiando com as descidas de frente no skeleton, voando pelas canaletas de gelo; admirando a velocidade dos patinadores e suas roupas “de astronauta”; torcendo para os “malucos” do snowboard, ou para um ou outro lado das trombadas do hóquei sobre o gelo… Entendedores (apaixonados por esporte) entenderão.