Uma mão lava a outra, mas nem sempre lava a jato: a troca de sorrisos, abraços e amabilidades entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro, que se viu na sexta-feira 30, tem prazo de validade.

E curto.

Ainda sob o impacto da débâcle dos índices de aprovação de seu governo, revelada em recente pesquisa, Bolsonaro precisa do que ainda resta da popularidade de Moro.

Moro, por sua vez, assiste à Lava Jato derreter no STF e vê o seu pacote anticrime ser esvaziado no Congresso – que ainda lhe carimbou, indiretamente, a Lei de Abuso de Autoridade. Assim, precisa ele, também, do pouco que Bolsonaro ainda guarda de apoio.

É o roto prestígio de um e o rasgado prestígio do outro. Quem está roto e quem está rasgado, isso o senhor e a senhora decidem.