Um prêmio que já deveria ter sido dado. Esta foi a sensação quando a equipe curatorial da 17ª Bienal de Arquitetura de Veneza decidiu dar um Leão de Ouro póstumo pela carreira a Lina Bo Bardi (1914-1992).

A arquiteta, designer, cenógrafa, artista e crítica nasceu em Roma e veio morar no Brasil após a Segunda Guerra Mundial com o marido, o colecionador Pietro Maria Bardi, se naturalizando brasileira em 1951. O curador Hashim Sarkis escreveu: “Se existe um arquiteto ou arquiteta que incorpora plenamente o tema da Bienal 2021, é Lina Bo Bardi. Sua carreira nos lembra do papel do arquiteto como organizador e, essencialmente, construtor das visões coletivas”.

Segundo Sarkis, “suas obras se destacam pelo design e pela maneira como combinam a arquitetura, a natureza, a vida e a comunidade”.

Para o curador-assistente Gabriel Kozlowski, o espaço público é o elemento mais forte da arquitetura para Lina Bo Bardi. “Ela representa uma maneira de pensar a arquitetura que é 100% dependente de um jeito específico de viver em sociedade. A Lina pensa em formas de organização coletiva e formas de usufruir o espaço que só são possíveis na coletividade.” Exemplos disso são o prédio do Masp – Museu de Arte de São Paulo e do Sesc Pompeia.

O Instituto Bardi, em São Paulo, agradeceu o reconhecimento pela Bienal de Arquitetura, em declaração oficial: “Esperamos que a edição 2021, em vez de inflar sua popularidade como ícone da arquitetura, ajude a contextualizar e comunicar a profundidade da visão crítica do mundo de Lina Bo Bardi, sempre se preocupando com os menos representados culturalmente, consistentemente consciente da importância da diversidade na arte e na arquitetura e comprometida com uma abordagem multidisciplinar da arquitetura, juntando pessoas de todas as origens”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.