‘Uma escolha da mulher’: veja famosas que são a favor da legalização do aborto

Globo/ Marcos Serra Lima
Paolla Oliveira caracterizada como Heleninha de "Vale Tudo" Foto: Globo/ Marcos Serra Lima

Durante entrevista ao programa ‘Roda Viva’, da TV Cultura, na segunda-feira, dia 5, a atriz Paolla Oliveira, de 43 anos, saiu em defesa da legalização do aborto e disse que não considerar a interrupção de uma gestação como possibilidade é um retrocesso.

“Acho que, toda vez que a gente fala sobre as questões femininas, há sempre um entorno que nos leva a nos aprisionar, [que faz com que] as decisões não sejam só nossas, as escolhas não sejam só nossas”, disse.

Paolla continuou com sua opinião: “Então, acho que tudo parte do mesmo lugar: de termos o corpo que queremos, nos sentirmos bonitas da maneira que somos, escolhermos ter filhos, escolhermos fazer um aborto”.

Na ocasião, a atriz ainda reforçou que essa é uma decisão que cabe à mulher. “Eu sou a favor. Acho que isso deve ser visto e revisto em relação às leis, mas é uma decisão da mulher, tem que ser. Acho que precisamos rever. Considero um grande retrocesso não pensarmos nisso como uma possibilidade”, acrescentou.

O aborto é um tema que ainda é tabu, gerando polêmicas e debates entre as pessoas. Durante o processo que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar a descriminalização do procedimento até a 12ª semana de gestação — no qual a ministra Rosa Weber votou a favor antes de sua aposentadoria, em 2023 —, algumas personalidades se pronunciaram a favor do aborto. Relembre!

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a apresentadora Angélica disse: “Eu sou a favor de a mulher ter escolha sobre seu corpo; ela tem que poder decidir sobre isso. Eu não tenho dúvidas de que sim [sou favorável à legalização do aborto]. Está aí a quantidade de meninas que deixam de estudar, que param de trabalhar, em situações extremas também, como estupro… Então, eu acho que, cada vez mais, as mulheres têm que poder tomar essa decisão. Eu sei que é difícil, mas a gente não tem que misturar religião; nós temos que ser práticos nesse assunto”.

A atriz Sophie Charlotte se pronunciou a favor do aborto em entrevista ao Universa. Na ocasião, ela explicou que a experiência de ser mãe a fez refletir mais sobre a questão do aborto e o direito da mulher ao seu próprio corpo.

“Para mim, a maternidade é feliz. É uma parte importante do que sou. Mas só entendi a importância dessa escolha quando fui mãe. Foi quando compreendi — sem um viés moralista e religioso — como precisamos lutar pelo direito ao aborto e às decisões sobre nosso corpo. Dizer que você só vai se sentir mulher se tiver filhos é uma falácia”, opinou.

Em 2022, a atriz Taís Araújo falou sobre aborto no programa Saia Justa, do GNT. A artista defendeu que a questão é uma situação de saúde pública. “Vamos olhar para isso com maturidade? E não colocar a religião no meio. Colocou a religião no meio, amor, vai complicar qualquer assunto”, disse.

No mesmo programa, a apresentadora Astrid Fontenelle relembrou ter admitido que já fez um aborto na juventude. “Falei porque eu não aguentava mais ver números sem rosto. O silêncio sobre o assunto. Tem o silêncio de quem faz, porque é crime; tem o silêncio da sociedade; tem o silêncio dos médicos, que poderiam estar juntos, colados nisso”.

Em 2016, em entrevista à revista Elle, a atriz Sônia Braga, um dos grandes nomes do cinema nacional, admitiu já ter abortado e defendeu o direito das mulheres ao procedimento. Ela afirmou que recorreu ao procedimento pela primeira vez quando tinha 17 anos e reiterou que não se arrependeu da decisão.

“No primeiro, eu era muito criança. Tinha 17 anos. Se não tivesse um médico de confiança, eu poderia ter morrido. Crime é o aborto não ser legal no Brasil. Não pode haver restrição. Pelo contrário. É preciso educar e facilitar isso para as mulheres. Já conseguiram fazer a delegacia da mulher. Agora, é preciso cuidar da saúde delas”, disse.

Ao dar uma entrevista ao jornal O Globo, em 2012, a cantora Sandy defendeu a descriminalização do aborto. “Aborto, sob o ponto de vista jurídico, é crime. Eu defendo a descriminalização, principalmente quando a gravidez representa risco para a mãe ou o bebê”, disse.