Uma em cada seis crianças de 11 a 15 anos afirma que sofreu cyberbullying em 2022, aponta um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre 44 países divulgado nesta quarta-feira (27, noite de terça em Brasília).

O estudo se baseia em questionários aplicados a 279 mil crianças e adolescentes de 44 países e regiões da Europa, Ásia Central e Canadá. “É um alerta que nos convida a lutar contra o assédio e a violência, onde e quando ocorrerem”, ressaltou o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge.

A edição anterior do estudo, baseada em dados de 2018, indicou que 13% das crianças dessa faixa etária haviam sido vítimas de assédio na internet.

O assédio físico se manteve estável, com 11% dos menores dizendo que sofreram bullying na escola, contra 10% na edição anterior.

A pandemia mudou a forma como os adolescentes interagem, destacou a organização da ONU. “As formas virtuais de violência entre colegas se tornaram particularmente proeminentes a partir desse período, quando o mundo dos jovens se tornou cada vez mais virtual durante os períodos de confinamento”.

Segundo o novo estudo, 15% dos meninos e 16% das meninas sofreram cyberbullying pelo menos uma vez nos últimos meses.

Os níveis mais altos foram registrados entre as crianças da Bulgária, Lituânia, Polônia e Moldávia, e os mais baixos, na Espanha, destacou a OMS.

Na maioria dos territórios, o cyberbullying atinge seu ápice aos 11 anos entre os meninos e aos 13 entre as meninas. Há pouca ou nenhuma diferença com base na categoria socioprofissional dos pais.

“É necessário investir mais em monitorar as diferentes formas de violência”, ressalta o relatório, que pede a regulação das redes sociais, “para limitar a exposição ao cyberbullying”.