Em uma tendência mundial de fuga da realidade, chega à Netflix mais uma série de fantasia. “Sweet Tooth”, adaptação sem super-heróis de uma HQ da DC Comics, é uma aventura em um mundo pós-pandêmico habitado por pessoas e criaturas híbridas, meio humanas, meio animais. O personagem principal é o carismático Gus (Christian Convery), um garoto de dez anos com chifres de cervo que se vê sozinho no mundo após a morte do pai. Encontrado na floresta por um ex-jogador de futebol americano, Tommy Jepperd – o “Homem-Grande”, como ele o chama – Gus sai em busca de sua mãe enquanto enfrenta perigos naturais e cruéis caçadores. O principal da série, no entanto, não é esse universo distópico, mas a amizade, o preconceito com quem é diferente e os valores familiares. Não é coincidência, portanto, que a obra seja produzida por um casal: o ator Robert Downey Jr., famoso por seu papel como Homem de Ferro, e sua esposa, Susan Downey. Há dois outros destaques, além da boa atuação do elenco: o visual incrível da natureza na Nova Zelândia, único lugar onde a série pode ser filmada, já que o país havia vencido o coronavírus, e a trilha sonora, uma coleção de sucessos da banda islandesa Of Monsters and Men.

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Adaptação da premiada HQ

“Sweet Tooth” é baseada na história em quadrinhos publicada entre 2009 e 2013 pelo canadense Jeff Lemire (foto). Sua semelhança com a realidade impressiona – parece que o autor antecipou a pandemia. A HQ saiu em 40 edições e rendeu a Lemire o prêmio Eisner de Melhor Escritor, o Oscar dos quadrinhos. Já o diretor geral da série, Jim Mickle, aposta na positividade. “Queremos que “Sweet Tooth” transmita esperança em relação ao futuro”, disse. Apesar da tragédia com o ‘grande colapso’, como é chamada a pandemia que atinge a Terra na série, Mickle acredita que a ideia é mostrar como o planeta sai fortalecido do episódio. “A mudança é para melhor porque a natureza volta a dominar o planeta.”