As eleições gerais de 1 de julho já estão marcadas como as mais violentas da história do México. Nos últimos meses, o país viveu uma onda de assassinatos de políticos numa escala sem precedentes. Desde setembro do ano passado, 133 pré-candidatos, candidatos e assessores foram assassinados sumariamente nos seus esforços de campanha – nas eleições de 2012, dez políticos foram mortos. Os alvos principais são os postulantes às prefeituras. Houve também mais de 540 agressões associadas ao pleito, segundo a Etellekt, agência mexicana de análise de risco.

O principal motivo para o aumento da violência é a disputa do narcotráfico pelo controle de cidades na região Sul do país. “Está acontecendo uma municipalização do crime, que elimina os adversários para impor suas próprias candidaturas”, diz Adrian Lavalle, professor de Ciência Política da USP. “A violência está se exprimindo de forma inédita no processo eleitoral”.
Até uma década atrás, o México era um corredor do narcotráfico e tinha menos importância como produtor de drogas e como mercado consumidor. Hoje é o maior produtor de heroína do continente. Guerrero, considerado o mais violento, e outros quatro estados do Sul do País — Oaxaca, Puebla, Veracruz, e Jalisco — apresentam os mais altos índices de homicídios.

Desistências

Pesquisas apontam Andrés Manuel López Obrador, candidato de esquerda que promete acabar com a corrupção no país, como favorito à presidência. O México irá eleger 128 senadores, 500 deputados, 2 mil prefeitos e milhares de vereadores. Para escapar da violência, muitos pré-candidatos desistiram da eleição para prefeituras e câmaras municipais. Em Guerrero, houve 496 desistências e apenas 56 candidatos foram substituídos, segundo a autoridade eleitoral regional.


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