Era difícil para o roqueiro que vinha das audições de Rita nos discos com a banda Tutti Frutti entender o que havia acontecido. Como a voz tropicalista dos Mutantes e posteriormente stoniana do Tutti, apesar de a preferência da cantora na única polarização que importava nos anos 60 serem os Beatles, migrava para uma sonoridade tão arrumada? Foi preciso algum tempo, mas o fã que pensou ter sido abandonado, como se Rita traísse a todos depois de se inebriar de paixões por Roberto, também voltou quando entendeu que o rock and roll, por mais que parecesse diluído em músicas como Lança Perfume, no bolero a la Angela Maria Caso Sério e em Baila Comigo, ainda estava vivo.

Ao mesmo tempo, um novo público chegou e tudo ganhou proporções maiores. Em um mês, 130 mil do disco cópias foram vendidas. Em um ano, quase 700 mil. Única mulher a se estabelecer com um pé no rock e outro no rádio, Rita Lee teria logo uma base de fãs formada por três públicos: os tropicalistas dos anos 60, os roqueiros dos 70 e todos os que poderiam não se enquadrar nas opções anteriores a partir de Lança Perfume.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.