Como diria a letra da música “Inútil”, do Ultraje a Rigor: “a gente não sabemos escolher presidente”.

Prova disso é a quantidade de vezes, nos últimos quase 40 anos, que levantamos a hipótese de impeachment.

Sem dúvida o impeachment é uma ferramenta democrática, que podemos utilizar sempre que necessário.

Mas não é porque podemos que devemos.

Afinal, com eleições caminhamos para o futuro. Trocamos o grupo no poder, os vícios ideológicos, os riscos de corrupção, acelerando a melhoria de nossa qualidade de vida através de novas plataformas de governo que corrigem distorções do governo atual.

Já no impeachment andamos para o passado, corrigindo o erro que cometemos ao votar. São meses e meses de discussões onde governo passa a atuar apenas para se manter no poder.

Por isso sou obrigado a concordar com a máxima do compositor Roger Moreira: A gente não sabemos (sic) escolher presidente.
Como fazer, então, para melhorar essa situação em um País que não preza pela Educação, fundamental para que os eleitores tenham mais qualidade em suas escolhas?

Depois de muito pensar acredito que tenho a solução: um Vestibular para presidente. Ou VEPRE.

Hein? Que tal?

Pensem comigo: se é via vestibular que decidimos quem fará uma cirurgia no nosso coração, ou quem construirá pontes, ou será o juíz de grandes causas, nada mais lógico do que utilizar também o vestibular para escolher nosso presidente.

O VEPRE será aberto para qualquer brasileiro maior de 18 anos.

Por que não? Se pode ser preso, pode ser presidente.

Os cinco melhores colocados vão concorrer às eleições.

Nas próximas eleições precisaremos de um candidato que alcance a nota dez

A prova se realizará um ano antes do pleito.

Nos 365 dias seguintes, os vencedores farão um curso de boas maneiras.

Como segurar talheres, como falar num cercadinho, quem sabe até um treinamento de mídia para aprender a falar com a imprensa.

Tem mais. Os partidos cujos afiliados ficarem nas últimas posições, serão extintos. Assim aproveitamos para filtrar nosso ecossistema político.

Pensei em algumas perguntas para ilustrar.

A prova de matemática vai tratar de juros, inflação, preço dos combustíveis.

Por exemplo:
“João tem um caminhão. O caminhão de João transporta 200 kg de arroz do interior de São Paulo para um grande mercado da Capital. Se o preço do diesel subir e João participar de uma greve de caminhoneiros, quantos quilos de arroz serão entregues neste mercado?”

Prova de inglês:
“Mario é o presidente da República e vai fazer um discurso na ONU. Como Mario não tomou as vacinas necessárias, foi proibido de participar do jantar com outros líderes mundiais. Como Mario deve pedir, em inglês, uma pizza de calabresa no restaurante ao lado do hotel?”

Prova de física:
“A velocidade de saída de uma bala de AK47 dos traficantes de um morro carioca é de 715 m/s. Quanto tempo leva para essa bala atingir os policiais que estão a 200 metros de distância? (Desconsidere, para esse problema, os policiais corruptos no caminho)

Prova de português:
“Na frase ‘Eu não vou esperar f… minha família toda’ qual é o sujeito e o que aconteceu com ele após a reunião ministerial?”
Finalmente, o tema para a redação (Nota zero é eliminatória): “Qual sua opinião sobre homofobia, racismo, xenofobia e misoginia.”

Percebe?

É claro que mesmo com o VEPRE ainda existe a possibilidade de elegermos um presidente despreparado para o cargo.

Por isso sugiro que o eleito seja avaliado a cada seis meses.

Se não terminar o ano com média 7, fica de dependência.