Quando depôs à Polícia Federal, em março de 2016, numa sala do Aeroporto de Congonhas, ainda na condição de acusado de corrupção por ter favorecido a OAS junto à Petrobras, Lula disse que nunca quis o tríplex do Guarujá, porque ele era pequeno, do tipo “Minha Casa, Minha Vida”, com mais de “cem defeitos” e quem sempre quis o imóvel foi a Marisa, morta no ano passado.

Bom, mas depois disso, como todos sabem, ele acabou condenado porque a Justiça do Paraná comprovou que esse tríplex lhe foi dado como presente pela OAS em forma de propinas que a empreiteira recebeu por obras irregulares na Petrobras. Moral da história. Ao aceitar receber o tríplex do Guarujá, Lula mudou a sua história e a história do País. Numa só tacada, jogou na lata do lixo a história de ter sido o presidente da República mais bem avaliado do País e jogou pela janela a possibilidade de poder disputar as eleições deste ano. Se ele não tivesse sido condenado pelo juiz Sergio Moro na primeira instância e se não tivesse tido a condenação em segunda instância referendada pelo Tribunal Regional Federal, da 4ª Região (TRF-4), certamente Lula estaria comemorando agora a possibilidade de se eleger presidente da República pela terceira vez.

O pior é que essa tragédia na vida do petista aconteceu porque ele não se conteve ao aceitar o tríplex, caindo no canto da sereia de ter um imóvel sem esforço algum, um presente de um amigo empreiteiro. Ele achou que jamais alguém descobriria isso. Se os jornalistas não tivessem mostrado como ele adquiriu o imóvel, na beira da praia das Astúrias, no Guarujá, certamente Lula poderia ser o novo presidente, eleito até no primeiro turno. E, pior. Ao ter aceito o imóvel como propina, Lula agora está aprisionado numa sala/cela em Curitiba, de onde não deve sair tão cedo. Graças ao seu desvio ético, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu sua candidatura, assim como o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia negado a ele o direito de ficar em liberdade. Um tríplex de R$ 2,2 milhões derrotou Lula.