A porção verde no mapa indica uma grande reserva de floresta tropical inabitada. Apesar de bem próxima à capital paulista, o aplicativo do Waze não pôde traçar a rota. “Use o mapa e as placas locais, porque essa estrada não é muito conhecida”.

Fotos Flávia Vitorino

Fundada pelo sociólogo brasileiro e ambientalista Antonio Carlos Soares Pinto, a iniciativa ecológica Salve Floresta e Eco Lodge nasceu com o objetivo de proteger e preservar a Mata Atlântica. Perto da cidade de Tapiraí, a oeste de São Paulo (cerca de 3 horas da capital), o local funciona para conservar e reflorestar as áreas da floresta, educar as pessoas sobre as condições e problemas ecológicos e apresentar essa grande biodiversidade para as pessoas através do ecoturismo e do turismo científico, sempre respeitando e fomentando a conservação da natureza e a população local. 

 

Chegar no Eco Lodge Salve Floresta é como atravessar um portal para uma floresta que parece estar muito distante da realidade das cidades. E claramente está. Aroma de terra fresca com dezenas de tons de verde, uma variedade incrível de plantas e pássaros. A pousada é composta por uma casa principal com um restaurante e um terraço com varanda cercados por plantas tropicais e pássaros coloridos que produzem a música ambiente local. Bungalows de madeira e uma grande piscina com sauna. 

Pela manhã, as Saracuras acordam os visitantes com seu canto característico. Durante o dia, tucanos pousam nas árvores ao lado de aves raras que podem ser observadas em nosso jardim tropical ou na torre de 15 metros de altura que fica a 400 metros da sede. Nos últimos anos, o Eco Lodge Salve Floresta foi visitado por muitos ornitólogos profissionais do Brasil e do exterior, sendo mais de 300 aves vistas, fotografadas e registradas no Wikiaves.

Todas as trilhas guiadas acabam em algum poço ou cachoeira para mergulho. Com caminhadas de todos os níveis de dificuldade, o contato com a mata nativa e a fauna local é inevitável.

A cerca de 5 km da sede fica conhecida pelos locais como Represa do Alecrim, que abre caminhos em meio a mata Atlântica, que podem ser explorados remando. O inesperado é chegar com o caiaque na queda da cachoeira que leva o mesmo nome da represa, e singularmente mistura suas águas com o lago em um canto que encontra com a mata. É um dos mergulhos mais intensos com a natureza.

No restaurante, receitas caseiras que deixam memórias afetivas da floresta. Da horta saem o alface, couve, chicória, brócolis, repolho, rúcula, almeirão, abóbora, abacaxi, tomate, jiló, pimenta, cebolinha, salsinha, hortelã e manjericão. Além do famoso “peixinho da horta” empanado, a flor de manjericão, o hibisco, flores comestíveis, e o coração e o palmito da bananeira nas receitas.

O preço varia por temporadas do ano e pelo tipo de chalé escolhido, entre 700 até 1100 reais com a pensão completa.