Concilene Corrêa assinará amanhã sua demissão na fabricante de eletrônicos Sony. Nos últimos 15 anos, ela bateu ponto na linha de produção de televisores da empresa que, em setembro, comunicou a decisão de fechar a fábrica na Zona Franca de Manaus. “Não tenho expectativa de conseguir um novo emprego na indústria porque já tenho mais de 40 anos”, diz ela, que tem o ensino médio completo. Seu marido está desempregado desde 2019, quando também foi demitido do setor industrial.

Após cinco décadas no Brasil, a Sony levou em conta “o ambiente recente de mercado e a tendência esperada para os negócios” ao fechar as portas. O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas estima que a fábrica tinha 315 empregados. Uma parte espera ser absorvida pela fabricante brasileira de eletroportáteis Mondial, que comprou o prédio ocupado pela multinacional japonesa. Dados do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) mostram que, desde 2015, o polo industrial de Manaus perdeu perto de 13,2 mil postos de trabalho entre mão de obra efetiva, temporária e terceirizada.

Já Wilson Fernandes, 59 anos, define como “luto” o sentimento que veio com a dispensa pela Marcopolo. Com 32 anos de casa, ele ingressou como soldador na fabricante de carrocerias de ônibus, quando a unidade ainda se chamava Ciferal. Fundada em 1955, a fábrica em Xerém, Duque de Caxias (RJ), passou a integrar o parque industrial da Marcopolo em 1999.

“Alguns operários foram realocados para o Espírito Santo, mas tenho família aqui. Fui para casa em março por ser grupo de risco (da covid-19) e não voltei mais. Ainda estou tentando digerir.”

Rumores de que a unidade seria fechada se intensificaram com a pandemia e se confirmaram em outubro. A Marcopolo alegou que a “otimização de plantas” traria maior racionalidade para seus custos. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Duque de Caxias, 1,6 mil vagas foram fechadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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