Fotos Ale de Souza & Ian Costa

Edição de moda Rodrigo Grunfeld & Ale Duprat

Para ser clicada pelo maquiador Alê de Souza neste ensaio inspirado no tema animal print para IstoÉ Gente, Juliana Paes chegou ao estúdio mais Gabriela do que nunca. De vestido longo estampado e sandália rasteira, cabelão solto, chegou rindo, pediu um café e abriu um pacote de fandangos. Comeu metade do pacote. Conversou sobre moda, maquiagem, confessou que sempre foi noveleira e que assiste a todas que a Globo está exibindo. Elogiou Murilo Benício, Adriana Esteves, Isabelle Drumond, Claudia Abreu. Falou também do parceiro Humberto Martins, e da sintonia deles em cena. Ligou três vezes para o marido, Dudu, e quis saber do filho. O garoto havia cortado o cabelo pela primeira vez em um salão. Quem cortava o cabelo do filho era a própria Juliana. Na semana desta entrevista, cuja íntegra você pode conferir a seguir, Juliana gravou todos os dias, das oito às 18h, inclusive no fim de semana. Enquanto era maquiada, a atriz dançava na cadeira, cantava e elogiava os cachos do cabelo criados por Alê. “Estou parecendo o Luiz Caldas! Tieta! Tieta”, brincava ela, com seu jeito de moleca. Ao final dos cliques Juliana suspirou: “Uauuuu! Esse ensaio foi diferente de tudo o que eu já fiz. Estou amando.” Veja fotos do ensaio!

 

Dá para controlar a ansiedade e o nervosismo em saber que daqui a pouco estreia Gabriela, e que é seu um dos papéis mais importantes da tevê brasileira?

Nervosismo, ansiedade e essas coisas têm aquela coisa de cabeça vazia, tempo ocioso. Cabeça vazia, oficina do capeta (risos). Eu não tenho tempo!!! Não tenho tido tempo para aquele tempo, aquele momento que eu teria para parar, descansar, ficar pensando como vai ser, como as pessoas vão pensar … eu já dormi (risos). Filho também toma muito da nossa atenção e você acaba ficando mais preocupada, com o pensamento mais voltado em ficar esse tempo com ele, tanto que, sinceramente, não estou pensando em mais nada. Quando chegar no dia mesmo da estreia vou ficar nervoso. Muito nervosa, com certeza. E isso é bom. Que bom sentir esse friozinho na barriga, se sentir desafiada. Mas ainda não estou sofrendo com isso… o volume de gravações não deixa me sentir nervosa, ansiosa.

“? bom sentir esse friozinho na barrida. Mas ainda não estou sofrendo com isso. O volume de gravações não deixa eu me sentir nervosa nem ansiosa”

Lógico que a sua Gabriela é diferente da da Sonia Braga. Ela vai ser mais ou menos cravo e canela? O que você gostaria que ficasse marcado nesse papel?

É tão difícil falar. Sinceramente eu não estou criando grandes expectativas. Acho que é na verdade um mecanismo de defesa. O meu mecanismo de defesa. Não estou criando grandes expectativas para não me frustrar. Simplesmente, estou indo para fazer o meu trabalho com gosto, com prazer, vontade e disposição. Com a criatividade, que coloco sempre nos meus personagens… Sempre tentando fazer bem o meu trabalho e sem pensar que a minha intenção é fazer isso ou aquilo, que o público veja aquilo. Eu quero que fique marcado dessa forma. Eu trabalho como um operário padrão. Eu leio meu texto, decoro minhas falas e priorizo o que acredito do personagem, o que ele tem para mostrar cena a cena sem contemplar um prisma maior. Acho que quando você se concentra nesse prisma maior, no que vai ficar, você acaba perdendo o foco. Meu foco é cena a cena. É isso. Trabalho cena a cena

 

E como é a sua criação de personagem. Você está sendo mais intuitiva ao criar Gabriela?

Sou uma atriz muito intuitiva. Sempre fui. Existe uma parte, sim, de você tentar entender o que o autor quis com aquela cena, com aquela frase, com aquela palavra. Mas eu acho que eu trabalho, principalmente na memória afetiva desse personagem. É através de suas vivências anteriores, do que essa personagem viveu até aqui, as suas motivações enquanto pessoa e não é aquela coisa pura simplesmente que está no texto. Às vezes o que está escrito no texto é o que menos importa, importa o que essa personagem sente diante da vida ou diante daquela situação que foi imposta em uma determinada cena. E aí vem o trabalho de composição mesmo do personagem. Não é aquele trabalho debruçado sobre o texto e eu tenho muito que agradecer ao Sergio Pena, que é o meu preparador para essa personagem, que soube me nortear no sentido de descobrir a Gabriela sertaneja, a Gabriela que sofreu, que não teve essa educação pautada em valores, na moralidade da época, que teve uma vida dura, difícil e ainda assim, como todo sertanejo. sabe valorizar as pequenas, coisas, os pequenos prazeres. Não teve uma vida de fartura, mas aprendeu a se deletar com o vento no cabelo, com o sol na pele. Esse direcionamento, esse entendimento do personagem me ajudou muito a criar uma Gabriela que não é sensual pura e simplesmente porque é sexualizada, mas, sim porque é uma mulher conectado com seus próprios desejos., que sabe se ouvir, sabe se sentir e teve todo o tempo do mundo para poder se entender seus desejos, vontades e não dizer nãoa essas vontades internos. A Gabriela está conectada mesmo com esses desejos primitivos, que algo que muitas vezes por causa de educação castradora, católica demias, a gente vai se esquartejando um pouquinho.

 

Gabriela foi um papel que você sonhou em fazer na vida?

Toda atriz sonha com grandes papéis, grandes desafios. Sempre sonhei sim com papéis grandiosos e acho que esse é um deles. Gabriela é uma grande homenagem às mulheres, ao desejo feminino. É uma homenagem às mulheres de Jorge Amado

“Eu leio meu texto, decoro minhas falas e priorizo o que acredito do personagem, o que ele tem que mostrar cena a cena sem contemplar um prisma maior”

Tem algum papel que você sonha em fazer? Tipo: ?Nossa eu queria ter feito ou fazer esse papel?? Hummmm. A viúva Porcina de Roque Santeiro. Eu vejo algumas cenas e digo: ?Putz. Isso é muito legal?. Esses personagens interativos, fortes com timbres altos me atraem muito porque na verdade é o que eu sou, o que eu tenho também e é sempre muito bom, muito respeitado. Essa coisa de ficar ?suja?, com pelos grandes nas axilas, para uma mulher considerada uma das mais bonitas e desejadas do País, um ícone de beleza, não é demais? Você até mesmo falou antes da entrevista que achou um saco ter de estar sempre bonita… Isso não te incomoda um pouco? Nada. É na verdade um presente. Um presente poder me despir da vaidade em função da personagem. É curioso, e me surpreendeu muito, o fato de as pessoas terem ficado tão impressionadas com isso. Eu nunca pensei que fosse causar tanto impacto a princípio. Sou uma mulher que gosta de estar bonita, ficar bonita, de sair bem bonita, mas por um personagem, eu sou capaz de tudo. Por um personagem eu faço tudo. Se tiver que ficar feia, eu fico feia; se tiver que ficar gorda, eu fico gorda e vamos lá. Sem problemas mesmo. Para mim é um presente poder me despir de vaidades para fazer uma personagem.

“A Gabriela está conectada mesmo com esses desejos primitivos, que é algo que, muitas vezes, por causa de educação castradora, católica demais, a gente vai se esquartejando um pouquinho”

E as cenas de sexo foram mais difíceis do que você imaginava? Não foram mais difíceis porque eu também não imaginava nada (risos). Como eu disse antes da entrevista começar, e estou conversando com você, um papo legal, e aí estou pensando uma coisa: sou uma pessoa tão alegre, tão feliz e brincalhona… porque eu raramente fantasio as coisas antes de acontecer. Eu vivo muito o momento presente. Não sou de ficar assim: ?Ai , o que vai acontecer amanha??. Não sei!! Estou conversando com você agora, no máximo, estou pensando em ver um cineminha quando a sessão de fotos acabar. (risos). Eu sempre fui assim. O Ike (Ike Cruz, empresário) sempre disse que eu era, e sou, uma das pessoas mais fáceis de trabalhar porque eu nunca ficava ligando para saber se ia ou não rolar trabalho. Não sei explicar por que sou assim. É o meu jeito, um traço da minha personalidade. Não sou e nunca fui de ficar vislumbrando, criando fantasia, mentalizando as coisas. E com as cenas de sexo, eu não posso dizer nada porque eu não pensei. A única coisa que eu imaginei era que eu teria que ficar nua, sem roupa. E eu não tenho problema em meu corpo ser um instrumento de trabalho. Lógico que eu exijo alguns cuidados, peço para que no estúdio só fiquem que realmente precisam ficar, porque afinal de contas a gente está exposta ali, sim. Mas posso dizer que foi tranquilo. O Humberto é um superprofissional, um cara 100% entregue ao personagem, ele é um ator que está 100% dentro do personagem. É até engraçado porque acaba a cena e ele está ali no personagem, agindo e falando como o seu Nacif. E isso é tão bom, ajuda muito ter um colega tão compenetrado, que está ali para fazer o trabalho. São suas primeiras cenas de sexo? Eu já tinha feito algumas cenas de amor, mas não com tanta nudez. Até mesmo pelo horário, nunca fiz um trabalho que caísse em um horário tão tarde e que me permitisse essa exposição. Não tinha parado para pensar nisso. Novela das 20 horas tem algumas cenas de amor, eu fiz algumas com o Rodrigo Lombardi (Caminho das Índias) e não tinha nudez além da conta. São as primeiras, sim. Bem lembrado. Você já contou que seu marido não vai ver essas cenas, disse que não está preparado. Você já se imaginou no lugar dele? Olha, eu não sei se ele está ou não preparado, mas eu decidi uma coisa: não quero mais falar sobre o meu marido. Vou adotar isso durante todo esse trabalho porque eu acho que eu já falei que ele não curte e ponto final. É simples e direto. E ele, o Dudu é tão legal, tão compreensivo, que eu quero deixá-lo quietinho. Na coletiva da novela, eu vou até pedir para as meninas da Globo tentar evitar esse caminho. Não quero falar dele. Quem está trabalhando, sou eu, o problema do meu marido, que não é nem ator (Dudu é empresário de jogadores de futebol). Vamos deixá-lo quieto (risos).

“Decidi uma coisa: não quero mais falar sobre meu marido. Vou adotar isso durante todo esse trabalho. Já falei que ele não curte e ponto final. É simples e direto. E ele, o Dudu, é tão legal, tão compreensivo, que eu quero deixá-lo quietinho. Quem está trabalhando sou eu. Meu marido não é nem ator (Dudu é empresário de jogadores de futebol)”

Vi em uma entrevista que você não se achava bonita quando criança. Quando você fez as pazes com o espelho? O que você gosta e não gosta em você?

Risos… Sinceramente eu não me achava uma criança bonita e nem sempre me achei uma mulher bonita. Aliás, não acho que sou uma mulher de beleza perfeita. Não sou mesmo! E aí me perguntaram: ?Mas você não se acha bonita??. Gente, não é que eu não me ache bonita. É que eu fico bonita quando estou bem maquiada (cai na gargalhada), com uma luz favorável, aí eu fico bonita. Não são todos ângulos, não. Não é com qualquer luz. Bonita de verdade, são mulheres que ficam bonitas sem maquiagem, sem nada…Carolina Dieckmann, de cara lavada aquela mulher está linda, sempre linda. A Ana Paula Arósio… São belezas clássicas, proporções clássicas, com os narizes perfeitos, boca delineada. Não me considero dona dessa beleza perfeita. Eu acho que eu tenho uma beleza exótica, diferente e estou bem satisfeita com o que eu tenho. Mas falar que eu me acho o tempo todo linda, é mentira (risos).

 

O que você gosta e o que não gosta em você?

Eu gosto dos meus olhos e do que eu não gosto é segredo (risos). É segredo para ninguém reparar, não colocar em evidência, não fazer propaganda. Olha a marqueteira falando (gargalhadas)!!! É melhor deixar quieto, porque você não gosta e aí é que todo mundo vai reparar, bate o olho naquilo.

 

Você já chegou ao peso que tinha antes de engravidar. Fala a verdade: sofreu muito?

Não sofri, não, porque eu voltei ao meu peso (59kg) com atividade física e não com regime. A gente sofre mais quando tem que fazer dieta e eu não sei fazer dieta. Putz!! Eu furo todas as dietas. Vou no cinema, como pipoca grande. O que funciona para mim, Juliana, é correr, sair correndo e fazer atividade física. Você sofre para sair de casa, mas depois é uma delícia. Putz, vou ter que ir para a academia hoje, caramba, estou sem saco, estou a fim de dormir mais um pouquinho, estou a fim de ficar com o Pedro, mas eu vou. E aí dez minutos de atividade, você já está feliz da vida, a endorfina já trabalhando. Não foi sofrido, mas foi trabalhoso. Tudo que dá trabalho tem um gostinho melhor, né. É muito bom ver que a barriga está legal, tudo em cima, tudo no lugar. É só ter um pouquinho de paciência, disciplina…

 

Mas você é disciplinada? Ariana não é disciplinada.

Não sou nada disciplinada, mas eu tive que ser. Eu precisei ser por causa do meu trabalho. Eu não sou disciplinada com as coisas que não têm relação com o meu trabalho. Mas no lado profissional, eu sou muito perseverante. Eu coloco uma meta e vou. Quando você trabalha com seu corpo, seu corpo é objeto de trabalho. Eu precisava voltar à minha forma anterior. Botei como meta os 59 kg e fui atrás. Sem choro nem vela.

“Com as cenas de sexo, não posso dizer nada porque eu não pensei. A única coisa que eu imaginei era que teria que ficar nua. Não tenho problema em meu corpo ser instrumento de trabalho”

Você ainda leva quentinha para o Projac?

Levo. Ela tem salada de alface, rúcula, tomate sem pele e palmito. Com bastante azeite extravirgem e flor de sal, um sal com menos química, um pouco mais natural. Na parte quente é arroz integral. Não gosto de arroz branco, acho uma papa, eu sinto prazer em comer arroz. Feijão, adoro feijão e não fico sem feijão, e sempre uma proteína tipo carne, frango, peixe e alguma verdura como uma cenourinha, berinjela, repolho. Ou então macarrão integral com uma proteína, tipo peixe. Adoro salmão. Se eu pudesse, eu comia peixe todos os dias. Das proteínas, a que menos gosto é frango. Depois da gravidez, está sendo muito difícil comer frango, estou com bode de frango. Na gravidez não descia frango, e depois da gravidez, então ficou difícil. Antes da gravidez, eu comia normalmente peito de frango, mas não consigo mais.

 

E como é a sua rotina alimentar? Você come de três em três horas? Janta?

Eu não tenho isso muito certinho. Eu janto todos os dias com meu marido porque é a hora de conversar, de trocar ideia. Eu sei que é ruim, mas eu não consigo tirar o jantar. Mas tudo com parcimônia, não comer muito, acho que você tem que contabilizar mesmo a quantidade de coisas que você come. Eu tenho bebido muita água. Essa é a minha mais nova descoberta. Tenho me mantido mais enxuta assim bebendo muito líquido. Tenho procurado também comer de três em três horas. Estou sempre com uma fruta na bolsa, no carro um saco de nozes, amendôas, passas, damasco. No café da manha, eu não como pão. Eu tomo suco, como farinha de linhaça, mamão com granola sem glúten e ás vezes eu faço uma tapioquinha com um pouco de queijo minas no recheio. As pessoas acham que a farinha engorda, engorda nada. O que engorda é pão com manteiga, que é a coisa mais gostosa do mundo. Eu como isso no final de semana. Durante a semana eu me controlo mais. Mas continuo comendo besteiras, agora na sua frente, eu comi fandangos. Eu como essas besteiras. Não sou fã de chocolates. Vou pirar se você me der um torrone de amendoim do que um chocolate. Mais louca ainda se você me oferecer um canjica branca feita com coco e leite condensado. Eu sou de doce caseiro, tipo doce de leite, pudim, essas coisas que me tiram do sério.

 

Como você faz para conciliar trabalho com vida pessoal e ainda nesse meio de campo todo ser mãe de um menino de 1 ano e 6 meses?

Gente… toda mulher brasileira não é assim? Trabalha, tem filhos. Mulher é um bicho que equilibra vários pratinhos ao mesmo tempo. O segredo é priorizar. A prioridade na minha vida é o Pedro. Pedro é o que me faz largar o que eu estou fazendo para ficar junto. Mas a gente consegue. Graças a Deus, eu tenho pessoas à minha volta me ajudam muito. O Dudu me ajuda muito, a minha mãe, meu pai, minha sogra… A minha sogra é porreta. O meu pai criou lá em casa o Baby Paes, que é o serviço de baby sitter. Quando eu preciso dele, eu mando um email: gostaria de contratar a Baby Paes para o final de semana tal (risos). E ele vai amarradão, brinca, leva o Pedro para passear. Uma farra!! É também um aprendizado porque no começo, você não quer deixar seu filho com ninguém, você acha que seu filho só vai ser feliz com você, se você estiver perto. E agora já aprendi, entendi que ele vai ser feliz sem mim e isso é muito saudável. Eu consigo trabalhar, ir para o Projac na tranquilidade. Óbvio que morro de saudades, mas ser mãe é padecer no paraíso….(risos) .

“Gosto dos meus olhos e do que eu não gosto é segredo (risos). É segredo para ninguém reparar, não colocar em evidência, não fazer propaganda. Olha a marqueteira falando (gargalhadas)!!! “

Pensa em ter mais filhos, aumentar a família?

Penso, penso, só não sei quando. Só quero ter mais um. Dois filhos está ótimo, porque é muito bom ter irmão. Mas só quero ter mais um filho.

 

E como vão os negócios?

Os negócios???. Não me considero uma mulher de negócios, mas vai tudo bem (risos). Porque eu não lido com a parte burocrática, entendeu. Eu lido com a parte lúdica, criativa do negócio, tanto na parte das roupas como no salão. Eu só fico sabendo qual é a hidratação do momento, o que está bombando lá fora e se adequa aqui. Eu fico de olho e essa é parte mais gostosa. Quando eu fico pegada mesmo com as gravações, com novelas aí que fico com créme de la créme (risos). Na roupas, eu recebo os looks vejo tudo, o que pode e o que pode não dar certo e aí está tudo resolvido. As fotos têm que ficar assim, os layouts assim, fachada assim e tudo está certo. Eu sou muita assim tête-à-tête. Ariana é assim, não é? Quer fazer tudo ao mesmo tempo, quer ter o controle de tudo e eu me dou muito, sei lidar com tudo isso, com toda essa correria (risos). O computador, o telefone com internet, tudo ligado.

 

Mas você é ligada em 220 volts. Está atenta a tudo, agenda, moda… tem atriz que muitas vezes deixa várias coisas nas mãos dos agentes.

Eu sou ligada, sim! Eu até gostaria de ser mais tranquila, mas eu ainda sou bem centralizadora. Porque na verdade, eu também gosto de ter tudo sob o meu olhar… Eu não sei… não sei, eu consigo fazer tudo. Eu durmo tarde para caramba. Coloco Pedro para dormir e aí vou fazer as minhas coisas, me informar, ler. Sento na frente do computador e leio e-mails, respondo, faço pesquisas… até as coisas fúteis, eu faço nessa hora. Durmo depois de uma da madrugada e acordo cedo para gravar. Tenho dormido muito pouco. Mas eu gosto dessa agitação.

“Voltei ao meu peso (59kg) com atividade física e não com regime. A gente sofre mais quando tem que fazer dieta. Putz!! Eu furo todas as dietas. Vou no cinema, como pipoca grande. O que funciona para mim, Juliana, é correr e fazer atividade física”

O que ainda falta a você no lado material?

Um jatinho!! (risos) mentiraaaa… brincadeira. Não falta nada. Graças a Deus e isso é uma coisa que eu sou super ligada. Tenho reuniões mensais com meu consultor financeiro. Eu administro tudo, controlo tudo, eu sou muito pé no chão. Quem já passou aperto com grana sabe do que estou falando. Dinheiro não leva desaforo e eu sou muito cuidadosa com isso. Não sou uma pessoa de ficar gastando. Tenho o meu carro e a minha casa. Não tenho casa de praia, não tenho grandes bens. Graças a Deus, eu comprei o apartamentinho da minha mãe, tenho ajudado a financiar os carrinhos dos meus irmãos. É uma ajuda, que eu acho que eu tenho mais é que dar mesmo e que também faz me sentir muito feliz em poder ajudar. Mas não tenho grandes imóveis.

 

Mas você fica ligada em seus contratos, suas participações?

Não. Nessa parte eu confio muito no Ike para negociar meus cachês, ele é meu irmão mais velho. Ele não é só o meu agente, meu empresário. Às vezes, as pessoas comentam: ?Nossa você está tanto tempo com Ike, se dão tão bem…? Eu estou com Ike há muitos anos, eu trabalho com ele antes de ser atriz, quando eu ainda era modelo e a gente continuou juntos. Eu não sou de gabar as minhas características, mas uma coisa que eu sei ser é fiel. Sou muito leal às pessoas que eu elejo e que eu sinto que gostam mesmo de mim de verdade, que são francas comigo. Sou muito grata. Não sei esquecer as coisas que as pessoas fazem comigo. Isso me dá muita alegria. Eu quase nunca discuto com o Ike. Nós temos nossas diferenças, sim, mas nunca brigamos. Quando criança, você sonhava em chegar aonde chegou? Ah… eu sonhava. Sonhava com tudo isso que eu tenho. Eu já imaginava, mas sonhar não custa nada (risos) E aí que eu sonhava mesmo. Sonhava de verdade!!! Acho que por isso que tudo aconteceu. Eu não tinha medo de sonhar… eu ia longe… Tá vendo? Acontece. Sabia que eu tinha um quadro de metas? Eu tinha uma cortiça pequena que ficava na porta do meu armário e quando eu abria, lá estavam meus objetivos. Não colocava assim: quero ser atriz… Eu colocava terminar o curso de inglês, viajar …. eram objetivos palpáveis. Eu sempre fui de traçar metas.

“Administro tudo, controlo tudo, sou muito pé no chão. Quem já passou aperto com grana sabe do que estou falando. Dinheiro não leva desaforo e sou muito cuidadosa com isso. Não sou de ficar gastando. Tenho o meu carro e a minha casa”

É sonho mesmo.

Eu sonhava… Eu sonhava cantando em frente ao espelho ?La Isla Bonita?, da Madonna. Eu sonhava em ser a Madonna, brilhando em cima do palco… Acho que já era meu lado de atriz. E eu sonhava mesmo. Ia longe (risos).

 

Você faz mais novelas, já fez teatro, e foi um musical (Os Produtores, em 2007) com Miguel Falabella…

Nosssa foi um trampo!! Gostei da experiência, mas foi difícil. O mais difícil era o cuidado com a voz. Não pode falar alto, e eu sou de falar alto, não pode beber, e eu gostava de tomar um vinhozinho depois do espetáculo. A manutenção da voz era o complicado. Exige muita disciplina. Eu bato palmas para quem faz musical. São profissioanais do ramo. Eu sou uma atriz que posso cantar, se necessário for. Mas não sou uma cantora. Eu fico rouca com facilidade… Foi uma experiência ótima. Fiquei sabendo que o Miguel ia produzir e fui lá.

“Eu sonhava cantando em frente ao espelho ?La Isla Bonita?, da Madonna. Eu sonhava em ser a Madonna, brilhando em cima do palco… Acho que já era meu lado de atriz. E eu sonhava mesmo”

Depois de Gabriela, você vai dar um tempo, vai tirar férias ou já tem alguma coisa?

Não sei. Não planejei nada. Eu ia fazer São Jorge, da Gloria Perez, mas não deu. Sabe uma coisa que eu tenho muita vontade é de fazer uma peça dramática. Não tenho nenhum texto, nenhum convite, mas seria uma boa. Siga Gente no Twitter!