Uma escola com cerca de 3 mil alunos se tornou palco de um dos piores ataques já registrados na história americana. Na quarta-feira 14, um ex-aluno invadiu a Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, e matou 17 pessoas, entre alunos e professores. Fugiu, mas foi capturado pouco depois – e está preso sem direito à fiança. Foi o oitavo ataque só este ano nos EUA e reacendeu um debate antigo sobre o porte de armas no país, polêmica bem longe de ser resolvida.

TERROR Nikolas, 19 anos, abriu fogo contra ex-colegas e professores de escola. Ele foi detido e não terá direito a fiança (Crédito:Susan Stocker)

O atirador capturado é Nikolas Cruz, de 19 anos. Expulso por motivos disciplinares, ele retornou à escola com uma máscara de gás, roupa preta e um rifle semiautomático AR-15, além de vários pentes de munição. Quase no horário de saída das aulas, disparou o alarme de incêndio para garantir que todos saíssem das salas e começou a atirar. Sua motivação não é tão clara, mas para os antigos colegas o ataque não é surpresa. Nikolas era visto como um aluno difícil. Além dos problemas disciplinares, ele costumava ostentar as armas que possuía e se orgulhava de matar animais. Um dos alunos chegou a dizer que muitos acreditavam que se um evento do tipo realmente acontecesse na Marjory Stoneman Douglas, Nikolas seria o autor.

Com a morte de 17 pessoas, número que ainda pode subir, o massacre na Flórida já é um dos dez piores já registrados. É o mais grave em uma escola desde Sandy Hook, em 2012, quando um atirador matou 20 crianças e seis funcionários da instituição de ensino de Connecticut. É também o terceiro, entre os dez ataques mais mortíferos, a acontecer nos últimos cinco meses. Só em 2018 foram 30 episódios de violência com ao menos quatro baleados, oito deles em escolas.

Regulamentação

O presidente Donald Trump afirmou que visitará Parkland para prestar condolências às famílias das vítimas. Em seu discurso, falou sobre a necessidade de garantir a segurança nas escolas e de tratar problemas mentais. Mas evitou abordar o porte de armas, como evitou nos outros ataques que aconteceram. O rifle AR-15 de Nikolas, uma arma projetada para o uso em campos de batalha e adaptada para o uso civil, foi comprada legalmente. Na Flórida, é preciso ter 21 anos e esperar três dias para conseguir uma pistola. Mas basta ter 18 anos — e nenhuma passagem pela polícia — para sair de uma loja com uma arma semiautomática. Em estados em que a regulamentação é mais rígida o número de mortes relacionadas à violência com armas é bem menor, como no Havaí e em Nova York. No outro extremo estão os estados com uma fiscalização mais frouxa, a Flórida entre eles. Até mesmo os defensores da Segunda Emenda da Constituição americana, que garante o porte de armas, acreditam que é preciso estabelecer algumas restrições para a compra de armamentos. Enquanto nada for feito, outros massacres como esse continuarão a acontecer.

 

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