O vacionado em sua exibição no Festival de Sundance (EUA), quando recebeu o prêmio de Melhor Filme, “O Nascimento de uma Nação” era tido como favorito ao Oscar até que uma revelação perturbadora o colocasse no centro de um escândalo. Em cartaz no Brasil desde a quinta-feira 10, a produção de apenas US$ 10 milhões conta a história real de Nat Turner, líder de uma rebelião de escravos ocorrida em 1831, na Virgínia, que teve um papel crucial no movimento abolicionista nos Estados Unidos. Na trama, que foi escrita, dirigida e protagonizada pelo estreante Nate Parker, 36 anos, o estopim da revolta é o estupro de duas escravas. Na vida real, Parker foi acusado de ter cometido um estupro em 1999, junto com um colega de faculdade. A vítima teria se suicidado anos mais tarde. A revelação motivou um boicote ao filme, que teve péssima bilheteria e foi retirado das listas de favoritos ao Oscar. Parker afirma que o sexo foi consensual. Repetindo o título do incompreendido clássico sobre racismo dirigido por D.W. Griffith em 1915, “O Nascimento de uma Nação” merece ser assistido — seja qual for o juízo que se faça sobre o passado que assombra o seu diretor.