Um outro Eri Johnson

Um outro Eri Johnson

Thiago Lucas Foto Divulgação Eri Johson faz parte daquele time de atores que atua em várias frentes ao mesmo tempo. Atualmente ele se divide entre as gravações de Fina Estampa e as apresentações da peça Eri Pinta, Johson Borda, em cartaz no Rio de Janeiro. Às vésperas de completar 51 anos, em dezembro, ele afirma não ter passado pela crise comum aos homens de sua idade, afasta a fama de mulherengo e fala sobre casamento e filhos. A que atribui o sucesso de sua peça, em cartaz há três anos. A televisão ajuda a levar o público ao teatro? Acho que uma coisa ajuda a outra sim. Mas se você fizer uma peça que não é legal, ainda que seu personagem na tevê seja bom, ele não é suficiente para garantir o sucesso no teatro. Além da tevê, eu ainda tenho a meu favor o boca-a-boca. As pessoas recomendam o que gostam. Elas vão ver, gostam e falam para amigos, parentes e o resultado é esse sucesso. Tenho a felicidade de ter 30 anos de teatro, o público já me conhece e quando é comedia então, eles vão conferir. Ao longo desses três anos aconteceram mudanças no espetáculo? Mudei muito! Tem muitas coisas novas. E sigo mudando. Na sexta passada mesmo eu criei mais duas cenas do ?carioca?. Criei algumas cenas novas, como a do Romário. Na pelo dele, eu pergunto ao público quem votou em mim. Como ninguém responde, eu pergunto,. ?como eu entrei??. E ele próprio, que é meu amigo, achou hilário. Se considera um comediante? Gosto muito de comédia sim. Acho muito legal comédia de qualidade, que não faz só rir, mas faz pensar em outras coisas, com dicas, reflexões. Gosto de comédia bem produzida. Gosto de assistir e fazer uma comédia bem feita, que vai abrir a cortina e surpreender com cenário, trilha, luz… E sinto orgulho que a minha faz exatamente isso. Gosto de produção bem cuidada. Que mostra não só bons atores e texto, mas tudo. Você atuou em várias e novelas da Glória Perez e está no ar com uma trama de Aguinaldo Silva. É melhor trabalhar com autores que já se conhece? Acho que existem determinados autores que gostam de trabalhar mais com determinados atores assim como diretores. Mas acho bacana poder transitar por todos os autores até para aprendermos mais e conhecer outros estilos. E quando você fica com um autor apenas, há sempre uma tendência para repetir os modelos de personagens anteriores. Portanto acho muito bom experimentar novidades. Muitos de seus personagens ficaram conhecidos pelos bordões que criaram. A que atribui isso? Acho que o bordão pode pegar de várias maneiras. Uma é insistir muito. Outra é colocar nas horas certas. Eu sugeri ao Aguinaldo o ?Quer matar papai?? e vi que ele inseriu no texto. E quando vem no texto significa que ele gostou. Então eu vejo quando pode quicar nas cenas e vou inserindo. Acho muito cedo para pegar agora. Mas não tenho dúvida de que até final de dezembro vai pegar. Preciso que o personagem amadureça primeiro, ele tem que ficar conhecido primeiro, agradar e depois o que ele disser, as pessoas seguem. Mas já posso dizer que todos os dias nas ruas escuto pelo menos uma vez o ?quer matar papai??. Seu personagem faz parte do núcleo de homens homofóbicos da novela. O que acha da discussão desse tema na trama? Acho válido falar sobre esse preconceito tão antigo e forte e que eu não acho que vá acabar nunca. Por isso é importante denunciar sempre. Se todo mundo cuidasse da própria vida e deixasse a vida dos outros em paz seria melhor pra todos nós. Mas como isso não acontece, acho que se deve falar sempre sobre esses assuntos que incomodam. Tem que ser discutido. Você completa 51 anos em dezembro. Viveu a crise dos cinquenta? Não, não senti nada. Queria ficar com os 50 redondo porque acho o maior barato. Os 51, apesar de falarem que é uma boa idéia, não é tão legal quanto os 50. Mas não rolou crise nenhuma, zero crise! Como mantém a boa forma? Gosto de jogar bola toda quarta-feira quando não gravo, e jogo futevôlei algumas vezes na praia. E, de vez em quando, dou um corridão também. E muito teatro ajuda bastante. Nessa peça eu suo bastante porque eu não paro um segundo. Sou só eu e ainda tem dança. É muita exigência física. Você tem fama de mulherengo. É um fato? Taxaram isso.(rs) Sou solteiro há um tempão. Jogaram para cima de mim essa tarja e ficou, mas não me importo não. Deixo rolar. Não pensou em casar? Ter filhos? Pensei várias vezes em me casar mas deixei de pensar. Mas pode acontecer. Não fujo não. Já pensei em ser pai também, mas não penso mais. Mas tô ai.(rs) Siga Gente no Twitter!