Ai, ai… que preguiça me dá esse sujeito. Em vez de trabalhar para minimizar as quase 4 mil mortes por Covid-19 e os 80 mil novos casos diários da doença, que com suas falas suicidas e políticas homicidas contribuiu para que acontecesse, o devoto da cloroquina investiu, mais uma vez, numa patuscada, com cheiro golpista, que não tem a menor chance de prosperar.

O colunista desta Casa, Marco Antonio Villa, encontrou no substantivo “mandrião” a definição perfeita para adjetivar o maníaco do tratamento precoce. Além de não gostar nem um pouco de trabalhar, quando o faz, o mandrião desperdiça tempo e, por consequência, dinheiro. Hoje, por exemplo, se reuniu, pela manhã, com seu guru terraplanista, Osmar Terra.

Em meio a 315 mil mortos e a uma pandemia de coronavírus descontrolada, o amigão do Queiroz, depois de dizer e fazer todas as “merdas” possíveis e impossíveis, levou um belo e tardio “chega pra lá” do Congresso Nacional. Como resposta, entregou as chaves dos cofres da União para uma representante escolhida a dedo por Arthur Lira, o presidente da Câmara.

Lira, não custa lembrar, é um dos líderes do Centrão, e sua ficha corrida como réu no STF e condenado em duas instâncias, é seu cartão de visitas. Já a nomeada por Bolsonaro para a Secretaria de Governo da Presidência, indicada pelo próprio Lira para abrir e trancar o cofre palaciano, é ninguém menos que a mulher do ex-governador do DF, José Roberto Arruda.

Arruda foi preso e cassado por corrupção ativa. O Brasil inteiro assistiu, em horário nobre, o governante, esparramado em uma poltrona de couro, esticar a mão grande e abocanhar um naco da minha, da sua grana, leitor amigo. Agora, Flávia, sua mulher, é a ministra mais importante do governo Bolsonaro. Ainda bem que esposa não é parente, não é mesmo?

Acalmada a tigrada do Congresso, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais saiu em busca do controle do “seu” Exército. Coitado. O bilontra acha mesmo que poderia comandar um auto golpe. Daí, demitiu o Ministro da Defesa, Azevedo e Silva, e deslocou outro general, de mais “confiança”, o Braga Neto, para o lugar.

Bolsonaro, até hoje, não explicou os tais “micheques” na conta da primeira-dama, Michelle, mas crê que as Forças Armadas embarcariam, subordinadas a ele, numa aventura golpista tresloucada. Comprar o Congresso não é difícil, ainda que, geralmente, se pague e não se leve a compra. Já comprar generais, almirantes e brigadeiros, é outra história.