Algumas convenções têm um poder mágico, como no caso do Ano Novo. O tempo é um fluxo contínuo, mas dividi-lo dessa forma arbitrária serve para refletirmos sobre o passado e sonharmos com um futuro melhor. O clima do réveillon costuma ser contagiante justamente por conta dessa empolgação, desse otimismo generalizado.

Mas sejamos sinceros: quantos de nós não fazemos todo tipo de promessa para o novo ano que começa, apenas para abandonarmos cada uma delas no caminho? Aquela dieta pode esperar um pouco, serão só mais alguns cigarros, e dessa vez vou atingir minha meta de leitura. Até que a rotina e o hábito nos tragam novamente para a dura realidade.

O que acontece em nível individual também ocorre em nível nacional. Essa época do ano é convidativa para o resgate do “país do futuro”, e o papel aceita tudo: o Brasil será finalmente aquele gigante imponente que matará todos de inveja. Um País miscigenado, tolerante, descolado e rico! Dura até o primeiro tiroteio na esquina…

É que mudar hábitos enraizados não é fácil mesmo. Exige muita força de vontade, dedicação, sacrifício. E se é da natureza humana escolher o caminho mais fácil, essa busca por atalhos é quase a marca registrada da nossa cultura. O jeitinho brasileiro é isso, e a malandragem é crer que é possível ter o bônus sem o ônus. É acreditar em ilusões.

2018 é ano de eleições, e de eleições decisivas. Afinal, o projeto lulopetista, responsável pela desgraça de nosso País, será novamente vendido como panaceia aos pobres e ignorantes. Os marqueteiros saberão criar uma narrativa falsa, mas sedutora, que apagará o desastre causado por essa ideologia. Muitos vão lembrar apenas da era da bonança artificial, sem ligar efeito à causa: foi ali que o PT plantou as sementes da enorme crise que jogou 15 milhões de brasileiros no desemprego.

Nesse sentido, teremos uma espécie de plebiscito: o Brasil quer mirar no modelo venezuelano ou vai finalmente amadurecer, romper com o populismo de esquerda, encarar de frente a necessidade de reformas estruturais? A dieta de que o País necessita é cortar gastos públicos, reduzir o escopo do Estado, retirar privilégios e abrir a economia, privatizar, tornar o sistema previdenciário menos insustentável. Teremos coragem de fazer o que é preciso, ou vamos insistir nas ilusões?

Uma boa resposta começa em cada um de nós. De nada adianta sonhar com uma solução mágica e não fazer sequer nossa pequena parte. Cada um deve se informar melhor sobre os candidatos, ajudar a esclarecer os mais leigos, cobrar coerência, evitar idolatrias políticas, exigir respostas sérias sobre os principais problemas.

A alternativa é continuar reclamando: Malditos quilos extras! Vou tentar esquecer isso comendo uns chocolates…

Cada um deve se informar melhor sobre os candidatos, ajudar a
esclarecer os mais leigos, cobrar coerência, evitar idolatrias políticas