James Allison trabalha na Universidade do Texas, nos EUA. Tasuku Honjo, na Universidade de Kyoto, no Japão. Na segunda-feira 1, os dois receberam os telefonemas que mudaram suas vidas e seu papel na ciência. Eram os representantes do Instituto Karolinska, na Suécia, comunicando a ambos que eles haviam ganhado o Prêmio Nobel de Medicina de 2018. É a homenagem mais importante do mundo científico e o mérito de Allison e Honjo de recebê-la é inquestionável. Seus estudos deram a base da imunoterapia, a forma mais eficaz de combater e de curar diversos tipos de câncer hoje.

SAM YEH/AFP PHOTO

O tratamento consiste na intervenção no sistema de defesa para que ele destrua as células tumorais. O desenvolvimento do tumor significa que a doença enganou o sistema imunológico. “Os cientistas descobriram que as células de defesa possuem proteínas que servem como freios para limitar sua atuação, necessários para que elas não fiquem super ativadas e não causem doenças autoimunes”, explica o oncologista Milton Barros e Silva, do A. C. Camargo Cancer Center. Porém, as células tumorais usam esses freios e escapam do ataque do sistema imune. “Os premiados trouxeram o conhecimento básico que permitiu a criação de uma forma de fazer com que as células tumorais não desliguem as células de defesa.” Hoje, dezenas de medicações agem com esse objetivo. “Eles são empregados nas fases avançadas, já sendo o principal tratamento em alguns tumores, com pacientes conseguindo controle a longo prazo, possivelmente até curados”, explica o oncologista. Entre os esforços atuais, está o de fazer com que a imunoterapia sirva para uma gama mais extensa de tumores. “Nós podemos curar o câncer com isso”, afirmou Klas Karre, integrante do comitê do Nobel. C.P.


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