Embora saiba muito acerca das civilizações que povoaram a Terra até aqui, a ciência está longe de conhecer o passado de forma ampla. Sendo assim, é preciso destacar os esforços para remontar sociedades antigas, principalmente quando pesquisadores conseguem evidências inéditas que podem mudar os rumos da história. Recentemente um grupo de arqueólogos relatou a descoberta de um navio Viking datado em mais de mil anos, na ilha de Edoeya, Noruega. A embarcação havia sido detectada em 2019 com a ajuda de um georadar de alta resolução, porém, só agora as escavações avançaram. A notícia ganhou força por se tratar do maior achado no país em mais de 100 anos – segundo os especialistas, a embarcação pertence ao século IX, pico da colonização Viking no continente europeu.

O navio está próximo de um cemitério antigo e como a camada de terra é superficial, só foi possível escavar em parte do local. Até o momento dois compartimentos foram identificados; a quilha, responsável pela sustentação, e as pranchas, que compõem as laterais da embarcação. Estima-se que o barco tenha mais de 24 metros de comprimento. Contudo, mesmo que as madeiras ainda estejam conservadas, os procedimentos invasivos foram descartados por especialistas. “É uma descoberta excitante e incomum, mas não há planos para desenterrá-lo”, disse Knut Paache, arqueólogo do Instituto Norueguês de Pesquisa do Patrimônio Cultural e líder da escavação.

Acredita-se que na cultura Viking os grandes líderes eram enterrados junto com seus navios, visto que poderiam retornar em outra vida e teriam seus bens conservados. Knut acredita que a embarcação era composta por mais de 100 tripulantes. Isto é, seguindo a mística dos funerais, há chances de diversos fósseis estarem dentro da embarcação. Entretanto, as condições frágeis do barco impedem as buscas.

FRAGILIDADE As condições precárias do barco impedem buscas mais amplas no local: navio sob análise dos técnicos (Crédito:Divulgação)

Para Marcos Lima, Coordenador do Museu da Obra Salesiana no Brasil (MOSB/UNISAL), ainda existem muitos mistérios sobre os hábitos e doutrinas dos guerreiros. “A curiosidade das pessoas gira muito em torno da mitologia nórdica”, diz. “Existem vários museus na Europa para conservar acervos que remetem a história dos Vikings”, completa. Os arqueólogos noruegueses garantem que os estudos irão se aprofundar. “Isso nos ajudará a aprender mais sobre como as pessoas viviam naquela época”, conta. Neste caso, se foi possível localizar um navio, quem sabe seus donos não sejam identificados também.


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