Alexandre de Moraes, presidente do TSE, que detém as rédeas do pleito deste domingo, novamente defendeu a democracia com coragem. No último fim de semana, não se afastou do QG do TSE nem por instantes.

No sábado, 22, teve que administrar a crise gerada pelas fake news. Sem regras jurídicas estabelecidas para conter as mentiras nas redes, precisou identificar, junto com outros ministros reunidos em plenário virtual, centenas de notícias falsas e tirá-las do ar. Censura zero.

Mas, o pior aconteceu quando Jefferson gravou o vídeo nojento contra Cármen Lúcia na sexta. O STF queria mandá-lo de volta à penitenciária por quebra da domiciliar. Moraes temia que Jefferson fizesse o que ensaiou: resistir à prisão e até morrer na troca de tiros contra a PF, e virar mártir do bolsonarismo.

Extremistas
Como relator do STF no caso das milícias digitais, em que Jefferson é investigado, Moraes decretou, domingo cedo, nova preventiva do político mau-caráter e aliado de Bolsonaro. Assim como fez o capitão no palanque de Sete de Setembro de 2021, o petebista avisou que não aceitaria ser preso por ordem de Moraes. Engano seu: está em Bangu-8.

Capitólio?
Com as armas que o presidente autorizou a ter em casa, o petebista disparou tiros de fuzil e jogou 3 granadas nos agentes da PF, ferindo 2 deles. É isso o que Bolsonaro quer para o próximo domingo? Se perder, incitará os que têm armas em casa a se rebelarem contra decisões do TSE ou até mesmo a não aceitarem eventual derrota para Lula?
É o que parece.

A inércia da CGU

Aliado de Bolsonaro, Wagner Rosário fez vista grossa sobre as denúncias de interferência do Planalto na Petrobras. Questionado sobre as medidas adotadas após Castello Branco declarar que o capitão o pressionava pela redução dos preços da gasolina, de olho na corrida eleitoral, o ministro afirmou que não cabe à CGU investigar o presidente: a Transparência Internacional o acusa de não combater a corrupção.

Retrato falado

O ex-presidente do Banco Central dos primeiros dois governos de Lula (2003 a 2010), o banqueiro Henrique Meirelles, que apoia o petista e está cotado para substituir Guedes caso Bolsonaro não se reeleja, disse à consultoria Eurásia que o País pode ter três tipos diferentes de governo do PT. “O primeiro, com responsabilidade fiscal. O segundo, com algum alívio fiscal, mas mais aberto a demandas políticas. E o terceiro (gestão Dilma), perdulário, que acabou em recessão.”

Ato falho

Bolsonaro disse recentemente que Paulo Guedes só permaneceria no Ministério da Economia se quisesse, já que ele está um pouco velho (73 anos). O ministro, contudo, tem mostrado atos falhos. Preocupado com o deslize de Guedes após a descoberta feita pela “Folha” de que o governo iria desindexar o salário mínimo e não reajustá-lo acima da inflação, o presidente correu para desmentir a história. Prometeu até que vai dar aumento real. O problema da mentira é que não há recursos no Orçamento para conceder reajuste algum. O próprio Ministério divulgou nota dizendo que se houvesse dinheiro o reajuste já teria sido proposto. Guedes e Bolsonaro tentam reduzir danos.

Lula lá

Não adianta tapar o sol com a peneira. Enquanto tucanos históricos, como Serra, Aníbal e FHC estão com Lula, a maioria dos 300 prefeitos tucanos paulistas (além de outros 100 aliados de Rodrigo Garcia no interior) estão apoiando abertamente a candidatura do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a de Bolsonaro, por baixo dos panos.

Bruno Santos

E Tarcísio cá

O governador Rodrigo, inclusive, que ficou mal no ninho ao levar o presidente ao Palácio dos Bandeirantes na quinta-feira, 20, velho reduto tucano por quase 30 anos, deve ser o fiel da balança na disputa entre Tarcísio (49%) e Haddad (40%), segundo o Datafolha de 19/10. Ele obteve 18,14%, que caminham para o Republicanos: ele quer a Habitação.

Lula oportunista

O petista aproveitou a falha dos adversários e, em live com Janones, na sexta-feira, 21, disse pretender reajustes acima da inflação, mesmo sem recursos orçamentários. Afirmou que nos governos do PT concedeu-se aumento real de 74% (o certo é 66,39%). Hoje, o mínimo é de R$ 1.212 – o mais baixo da história.

Os planos de Kátia Abreu

Marcelo Camargo

Após 22 anos de Congresso, Kátia Abreu está de malas prontas para deixar o Senado. Com o fracasso na tentativa de reeleição, a parlamentar pensa em dois caminhos: a retomada de negócios no agro ou uma temporada de estudos no exterior. Isso, claro, se não abocanhar algum cargo em eventual governo Lula, já que se engajou na campanha do petista no segundo turno. “Não me movo pelo interesse pessoal.”

Toma lá dá cá

Guilherme Afif Domingos, coordenador do plano de governo de Tarcísio de Freitas (Crédito:Divulgação)

Cotado para o secretariado de Tarcísio, quais as principais obras que ele dará início caso seja eleito?
Todas aquelas que estão programadas com recurso orçamentário terão que ser entregues dentro do prazo.

A eventual eleição de Tarcísio dará continuidade aos projetos do atual governo?
Tudo está vinculado ao que se deixou no orçamento. A diferença é que elas serão aceleradas, pois, infelizmente, SP tem muita obra parada.

As pequenas empresas receberão maiores incentivos
Elas terão suporte de investimento de longo prazo, para a expansão e capital de giro. A falta de garantia real para o financiamento será compensada por um fundo de aval do BNDES e da Caixa, além de recursos da DesenvolveSP e do Sebrae-SP.