Um ‘millennial’ no Conclave: quem é o cardeal mais jovem a escolher o novo papa

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Cardeal mais jovem a votar no Conclave Foto: Reprodução/redes sociais

O cardeal ucraniano Mykola Bychok, bispo da cidade australiana de Melbourne, será o membro mais jovem do Conclave para eleger o sucessor do papa Francisco: ele tem 45 anos.

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O religioso, nascido em 13 de fevereiro de 1980, foi criado cardeal no último Consistório presidido por Jorge Bergoglio, em outubro de 2024, quando o brasileiro dom Jaime Spengler, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo metropolitano de Porto Alegre, também foi nomeado.

Com isso, ele se tornou o membro mais jovem do Colégio dos Cardeais, aos 44 anos. Na ocasião, durante a cerimônia realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele recebeu o koukoulion – tradicional indumento para cobrir a cabeça dos monges orientais – no lugar do barrete reservado para cardeais de rito latino, o anel e o título presbiteral de Santa Sofia.

O perfil do millenial

Nascido em Ternopil, Bychok expressou sua intenção de ser um cardeal acessível, comprometido em continuar a denunciar a guerra em seu país, a qual ele descreve como um genocídio perpetrado pela Rússia desde fevereiro de 2022.

O bispo ucraniano chega a Roma exatamente 20 anos após sua ordenação sacerdotal. Atualmente, Bychok vive em Melbourne desde janeiro de 2020 e foi consagrado bispo alguns meses depois. Ele lidera a Eparquia dos Santos Pedro e Paulo em Melbourne para a Igreja Greco-Católica Ucraniana.

A ascensão do “millennial” nas hierarquias da Igreja Católica foi rápida: aos 15 anos, quando era apenas um coroinha, ele decidiu dedicar sua vida à Igreja e, dois anos depois, entrou no mosteiro.

Já em 1998, fez seus votos, continuando os estudos religiosos até 2001, no Instituto Superior de Espiritualidade do Beato Mykolay Charnetsky, um padre ucraniano preso pelos soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial.

Bychok é um redentorista. Ele foi ordenado diácono em julho de 2004 e tornou-se padre e mudou-se para Prokopyevsk, cidade na Rússia, no ano seguinte. Depois de retornar à Ucrânia em 2007, passou oito anos trabalhando principalmente nas cidades ao redor de Lviv.

Em 2015, o ucraniano mudou-se para Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde foi vigário da paróquia católica ucraniana de São João Batista, em Newark. Ele foi nomeado para Melbourne em 2020.

Enquanto Bychok é o membro mais jovem do Colégio dos Cardeais, o italiano Angelo Acerbi e o argentino Esteban Estanislao, ambos com 99 anos, são os cardeais mais velhos, embora não possam votar para eleger o novo papa.

Pelas regras do Vaticano, os cardeais com mais de 80 anos de idade não têm direito a voto no conclave, embora participem do processo de escolha. Desta forma, 252 cardeais estão aptos a ocupar o posto de líder máximo da Igreja Católica, mas apenas 135 podem votar.

Entre aqueles com direito a voto, no entanto, o mais velho é o espanhol Carlos Osoro Sierra, 79 anos, cardeal arcebispo emérito de Madri.

A expectativa é de que o conclave para escolher o sucessor de Francisco, vítima de um AVC seguido de uma parada cardiocirculatória, após mais de dois meses de batalha contra uma grave pneumonia, seja realizado na primeira quinzena de maio.