Não é minimamente admissível nem muito menos sustentável a manutenção de mais de dois milhões de pessoas sem comida, energia elétrica e água potável durante uma guerra.

Insistir nessa ação tornará Israel culpado pela maior crise humanitária do século, e não ajudará em nada no processo de apoio político e diplomático, fundamental para a vitória sobre o terror do Hamas.

A destruição já causada pela resposta – que nem bem começou – à Gaza, faz gelar a espinha. Israel arrasou uma parte considerável do local e não dá sinais de que irá parar, antes de “varrer o Hamas do mapa”, conforme anunciou Netanyahu.

A incursão terrestre promete ser ainda mais violenta, não poupando nada nem ninguém. A fúria mais do que justificada israelense já beira o que de mais cruel é possível se ver em uma guerra, mas pelo ocorrido, principalmente com mulheres, crianças e bebês judeus, tenderá – com justa razão – ser relativizado por todos.

Pessoalmente, jamais irei concordar com métodos genocidas, pouco importa como e por quê. Não se dízima, por exemplo, os moradores de uma favela e se destrói seus barracos, caçando traficantes.

Mas de minha parte, ainda que eu não endosse os métodos de Israel, ninguém verá incompreensão e condenação aos contra-ataques que virão. Os judeus não têm outra saída, e a culpa é exclusiva do Hamas. Estamos cansados de tentar ser minimamente moderados e jamais receber o mesmo tipo de atenção.