Fotos Divulgação

A combinação de serras, florestas, vegetação rasteira e picos de altíssimas altitudes são algumas das riquezas do Parque Nacional do Itatiaia.

No parque, encontra-se, por exemplo, o Pico das Agulhas Negras, um dos mais altos do Brasil, com 2.800 metros de altitude. Nessas partes mais altas do parque, a floresta dá lugar à vegetação rasteira, chamada de campos de altitude, onde o inverno é tão rigoroso que pode fazer temperaturas baixíssimas, como por exemplo, como foi registrado no mês passado, chegando a -12 C, modificando toda a paisagem verde do local e arredores para predominantemente branca, de geada. O frio chegou a congelar também as superfícies dos lagos. Aliás, água é o que não falta por ali. Na área do Parque nascem 12 grandes bacias hidrográficas regionais, que abastecem duas grandes bacias: o Rio Grande, afluente do rio Paraná, e o rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de Janeiro. São tantos riachos, cachoeiras e piscinas naturais que o Itatiaia ficou conhecido como “castelo de águas”.

Para explorar o Parque, é preciso primeiro saber como chegar até lá. Localizado na Serra da Mantiqueira, ele abrange parte dos municípios de Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais. Fica próximo à Rodovia Presidente Dutra, a meio caminho das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Ali, são duas entradas: A parte baixa e a parte alta.

O acesso à secção inferior do parque é feito pelas proximidades das cidades de Itatiaia e Penedo. Ali, os programas são mais leves com trilhas bem demarcadas, cachoeiras, mirantes, escaladas, atividades educativas. O visual é mais floresta, com trilhas atravessando a Mata Atlântica e uma fauna bem rica, com muitas aves coloridas e macacos. O barato da parte baixa, que dá pra explorar em um dia, é curtir as vistas deslumbrantes dos vales e cachoeiras, como por exemplo a lagoa azul, a piscina natural do maromba, a gigantesca cachoeira Véu da Noiva e o Mirante do Último Adeus. É preciso ficar atento e evitar as épocas de chuva, pois nessa área acontecem as famosas “trombas d’água”.

Já a parte alta do parque fica a 20 quilômetros da cidade de Itamonte – MG com um acesso de mais 13 quilômetros de estrada de terra. É ali que a aventura começa. O trecho de terra inclusive é um bom pedal, pois é bem acidentado e com um belo visual. O pedal pode começar ali, ou a partir de alguma hospedagem próxima à entrada alta do parque. Só vale considerar que a serra ali por cima é cheia de altos e baixos e não é um pedal  muito fácil. É possível escolher diversas explorações, porém todas obrigatórias com guias locais credenciados pelo site. Além do guia, é necessário também pré-agendar todas as explorações através do site do parque, especificando dia e horário de entrada.

São muitas opções. Das explorações consideradas níveis mais difíceis estão as travessias, como a clássica do Rancho Caído, que liga o abrigo Rebouças à região de Visconde de Mauá, com chegada na Cachoeira do Escorrega. A pernoite é feita em camping selvagem no Rancho Caído, em meio ao percurso, que possui no total  27 quilômetros entre subidas e descidas. A parte mais difícil do trekking é a famosa descida do Mata Cavalo, uma ladeira de 9 km que leva algumas horas para percorrer.

Se a pegada não for travessia, a opção imperdível é fazer o cume do Agulhas Negras e do maciço das Prateleiras, escolhendo pernoitar no camping do parque. Um lugar marcante com um visual completamente diferente das montanhas do Brasil. Seus detalhes e recortes nas pedras e as várias canaletas que lembram agulhas formadas por atividades vulcânicas são as características que deram nome ao local. O Agulhas Negras é a principal elevação no planalto, e seu pico atinge 2.791,55 m, o ponto mais alto do Parque e quinto mais alto do país segundo dados do IBGE. A trilha é feita por áreas de campos de altitude, no estilo ‘escalaminhada’ entre as pedras. O tempo de ascensão varia de acordo com a via a ser utilizada, pois o maciço possui mais de 20 vias de escalada com diferentes graus de dificuldade. A visão do topo é mesmo surpreendente. Acima das nuvens, é possível ter uma cena panorâmica do Vale do Paraíba e da Serra Fina.

Para a parte alta do Parque, é interessante evitar chuvas fortes por conta dos raios. Porém o inverno por lá é rigoroso e necessita de bons equipamentos térmicos para o acampamento. O ideal é checar um período de inverno mais ameno.

 

Guia Prático

Distâncias

De São Paulo – 257 quilômetros

Do Rio de Janeiro – 172 quilômetros

De Belo Horizonte – 457 quilômetros

Onde ficar

Caso a opção não for o camping do Parque ou das Travessias, escolha uma opção na cidade de Itamonte ou redondezas para a Parte Alta, e na cidade de Penedo para a Parte Baixa.

Reservas das explorações

Acesse o site do Parque para reservas de guia, camping, trilhas e estacionamento

Melhor Época

De Maio a Setembro.