Coluna: Flavia Vitorino

Flavia Vitorino é jornalista e turismóloga especialista em destinos e viagens de natureza. Diretora de conteúdo do aplicativo LYFX e agente de viagens pela GO Escape.

Um fim de semana no Parque Nacional do Itatiaia

Um fim de semana no Parque Nacional do Itatiaia
Um fim de semana no Parque Nacional do Itatiaia
Fotos Divulgação

A combinação de serras, florestas, vegetação rasteira e picos de altíssimas altitudes são algumas das riquezas do Parque Nacional do Itatiaia.

No parque, encontra-se, por exemplo, o Pico das Agulhas Negras, um dos mais altos do Brasil, com 2.800 metros de altitude. Nessas partes mais altas do parque, a floresta dá lugar à vegetação rasteira, chamada de campos de altitude, onde o inverno é tão rigoroso que pode fazer temperaturas baixíssimas, como por exemplo, como foi registrado no mês passado, chegando a -12 C, modificando toda a paisagem verde do local e arredores para predominantemente branca, de geada. O frio chegou a congelar também as superfícies dos lagos. Aliás, água é o que não falta por ali. Na área do Parque nascem 12 grandes bacias hidrográficas regionais, que abastecem duas grandes bacias: o Rio Grande, afluente do rio Paraná, e o rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de Janeiro. São tantos riachos, cachoeiras e piscinas naturais que o Itatiaia ficou conhecido como “castelo de águas”.

Um fim de semana no Parque Nacional do ItatiaiaPara explorar o Parque, é preciso primeiro saber como chegar até lá. Localizado na Serra da Mantiqueira, ele abrange parte dos municípios de Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais. Fica próximo à Rodovia Presidente Dutra, a meio caminho das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Ali, são duas entradas: A parte baixa e a parte alta.

O acesso à secção inferior do parque é feito pelas proximidades das cidades de Itatiaia e Penedo. Ali, os programas são mais leves com trilhas bem demarcadas, cachoeiras, mirantes, escaladas, atividades educativas. O visual é mais floresta, com trilhas atravessando a Mata Atlântica e uma fauna bem rica, com muitas aves coloridas e macacos. O barato da parte baixa, que dá pra explorar em um dia, é curtir as vistas deslumbrantes dos vales e cachoeiras, como por exemplo a lagoa azul, a piscina natural do maromba, a gigantesca cachoeira Véu da Noiva e o Mirante do Último Adeus. É preciso ficar atento e evitar as épocas de chuva, pois nessa área acontecem as famosas “trombas d’água”.

Um fim de semana no Parque Nacional do ItatiaiaJá a parte alta do parque fica a 20 quilômetros da cidade de Itamonte – MG com um acesso de mais 13 quilômetros de estrada de terra. É ali que a aventura começa. O trecho de terra inclusive é um bom pedal, pois é bem acidentado e com um belo visual. O pedal pode começar ali, ou a partir de alguma hospedagem próxima à entrada alta do parque. Só vale considerar que a serra ali por cima é cheia de altos e baixos e não é um pedal  muito fácil. É possível escolher diversas explorações, porém todas obrigatórias com guias locais credenciados pelo site. Além do guia, é necessário também pré-agendar todas as explorações através do site do parque, especificando dia e horário de entrada.

São muitas opções. Das explorações consideradas níveis mais difíceis estão as travessias, como a clássica do Rancho Caído, que liga o abrigo Rebouças à região de Visconde de Mauá, com chegada na Cachoeira do Escorrega. A pernoite é feita em camping selvagem no Rancho Caído, em meio ao percurso, que possui no total  27 quilômetros entre subidas e descidas. A parte mais difícil do trekking é a famosa descida do Mata Cavalo, uma ladeira de 9 km que leva algumas horas para percorrer.

Um fim de semana no Parque Nacional do ItatiaiaSe a pegada não for travessia, a opção imperdível é fazer o cume do Agulhas Negras e do maciço das Prateleiras, escolhendo pernoitar no camping do parque. Um lugar marcante com um visual completamente diferente das montanhas do Brasil. Seus detalhes e recortes nas pedras e as várias canaletas que lembram agulhas formadas por atividades vulcânicas são as características que deram nome ao local. O Agulhas Negras é a principal elevação no planalto, e seu pico atinge 2.791,55 m, o ponto mais alto do Parque e quinto mais alto do país segundo dados do IBGE. A trilha é feita por áreas de campos de altitude, no estilo ‘escalaminhada’ entre as pedras. O tempo de ascensão varia de acordo com a via a ser utilizada, pois o maciço possui mais de 20 vias de escalada com diferentes graus de dificuldade. A visão do topo é mesmo surpreendente. Acima das nuvens, é possível ter uma cena panorâmica do Vale do Paraíba e da Serra Fina.

Um fim de semana no Parque Nacional do ItatiaiaPara a parte alta do Parque, é interessante evitar chuvas fortes por conta dos raios. Porém o inverno por lá é rigoroso e necessita de bons equipamentos térmicos para o acampamento. O ideal é checar um período de inverno mais ameno.

 

Guia Prático

Distâncias

De São Paulo – 257 quilômetros

Do Rio de Janeiro – 172 quilômetros

De Belo Horizonte – 457 quilômetros

Onde ficar

Caso a opção não for o camping do Parque ou das Travessias, escolha uma opção na cidade de Itamonte ou redondezas para a Parte Alta, e na cidade de Penedo para a Parte Baixa.

Reservas das explorações

Acesse o site do Parque para reservas de guia, camping, trilhas e estacionamento

Melhor Época

De Maio a Setembro.