Na Estação da Luz, ao lado da casa da língua, os trens chegam e partem como se fossem sílabas em uma viagem que o fogo interrompeu, mas que de novo vai começar. No museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, cada uma dessas carruagens se alinha cuidadosamente em torno das ideias que germinaram durante a grande pausa em que o Museu esteve fechado por causa de um incêndio.

Cinco anos depois, penetrando surdamente (de novo) no reino das palavras, como escreveu Carlos Drummond de Andrade, encontramos, no resultado das ideias dos curadores do Museu— Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto — um extraordinário banquete.

Os conteúdos do novo museu, desenvolvidos em conjunto com escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, cineastas, roteiristas, artistas gráficos e outros criadores de língua portuguesa têm o som das notas do músico José Miguel Wisnik e a elegância e o talento das palavras dos escritores José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério. Têm também a tecnologia e a interatividade dos lives poéticos da slammer Roberta Estrela d’Alva e inteligência e qualidade, como nos olhos de contar do documentarista Carlos Nader.

Como se todas as línguas do mundo nos saudassem à chegada, quando agora entramos no museu da língua portuguesa, descobrimos a energia nova que da cinza de novo fez a brasa. Caminhando pela rua da língua achamos os laços de família em mil becos e praças feitas de palavras. Umas que se cruzam, outras que terminam, todas que nunca se acabam.

A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho e tem como patrocinador máster uma empresa portuguesa: a EDP. Só por ele, vale a pena vir a São Paulo.

Dá vontade de agradecer todas as saudações, todos os poemas, os trechos de textos e canções e as gravações feitas por falantes de português, espanhol, italiano, alemão, francês, inglês, russo, hindi, grego, armênio, farsi, árabe, idishe, mandarim, japonês, coreano, turco, yorubá, quimbundo, quéchua, guarani-mbyá, yanomami e basco.

Obrigado. Gracias. Grazie. Dankeschön. Merci. Thanks. Спасибо. Σας ευχαριστώ. Շնորհակալություն, Shukran. תודה   . 阿拉迪斯基 Arigatō. 감사합니다. Teşekkürler. O ṣeun, Agradiseyki, aguyjé. Tondele. Eskerrik asko.