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A MULHER DA MOSTRA: Renata de Almeida e o cartaz criado pelo diretor italiano Marco Bellochio: prestígio garante apoios importantes

Obra do jornalista e crítico de origem armênia Leon Cakoff (1948-2011), a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo entrava no décimo-terceiro ano quando Renata de Almeida passou a fazer parte da equipe. Naquele ano, as exibições foram pela primeira vez para além da capital paulista, chegando a Curitiba. De lá para cá, muita coisa mudou – tanto na Mostra como na vida de Renata, que se tornou esposa, mãe dos filhos e depois viúva de Cakoff. Hoje, ela é a principal responsável pela realização do evento que completa longevos 40 anos. Nesse período, o Brasil alternou crises profundas a momentos de prosperidade, criou condições para a retomada de sua indústria cinematográfica e, mais recentemente, mergulhou em uma recessão que tende a comprometer tudo o que dependa de patrocínio. Contrariando as previsões pessimistas, a Mostra de Cinema de São Paulo se mantém como um dos melhores exemplos brasileiros de gestão na área cultural. Prova disso são os números vistosos que ela exibe e a consistência dos apoios que recebe. “Em um ano turbulento para o mercado e para nossos patrocinadores, conseguimos fazer uma Mostra ainda maior que as anteriores”, diz Renata.

No evento deste ano, que começa na quinta-feira 20 e vai até 2 de novembro, a programação contabiliza 322 filmes, entre curtas e longa-metragens, além de uma série de atividades paralelas, muitas delas gratuitas, como as projeções no vão-livre do Masp. A expectativa é receber até 200 mil pessoas.

Entre os patrocinadores felizes com a Mostra está a empresa de energia CPFL. “Essa parceria reforça nosso compromisso de oferecer ao púbico a possibilidade de conferir alguns dos melhores títulos da produção cinematográfica contemporânea”, afirma Mário Mazzilli, diretor-superintendente do Instituto CPFL. Segundo ele, não houve nenhuma dificuldade em convencer a direção da empresa a manter o patrocínio este ano, apesar da crise.

Como nas edições anteriores, parte das exibições será em espaços mantidos pelo banco Itaú, como o Espaço Itaú de Cinema, o Auditório Ibirapuera e o Itaú Cultural, que traz um exposição comemorativa do cinquentenário do filme “Persona”, um dos impactantes do diretor sueco Ingmar Bergman (1908-2007). “Temos orgulho de ser parceiros da mais tradicional mostra de cinema do Brasil”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.

Prestígio

Há 15 anos parceira da Mostra, a Petrobras diz colher bons resultados de sua associação com o evento. “Trata-se de um patrocínio icônico para a companhia, não só pela excelência da sua realização, pelo alcance da ação e pelo público que ajudou a formar ao longo desses anos, mas porque em si também contribuiu para definir os contornos da ação da Petrobras no cinema”, afirma Rodrigo Diullas, consultor de comunicação da empresa. Prova do prestígio internacional do evento, o cartaz deste ano foi feito especialmente pelo diretor italiano Marco Bellochio, que vem ao Brasil para a exibição de seu filme “Belos Sonhos”, que abre a Mostra. A programação pode ser consultada no site www.mostra.org.

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Alguns destaques

> HOMENAGEM

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William Friedkin, diretor de “O Exorcista” (foto) e “Operação França”, fará uma masterclass durante a Mostra e será homenageado com o Prêmio Leon Cakoff

> SÉRIE DE TV

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Os dois primeiros episódios de “The Young Pope”, de Paolo Sorrentino, com Jude Law no papel de papa, serão exibidos em primeira mão

> EXPOSIÇÃO

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O cinquentenário de “Persona”, de Ingmar Bergman, enseja uma exposição inédita e um ciclo de debates no
Itaú Cultural

> CINEMA NO PARQUE

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“A General” (1926), de Buster Keaton, encerra a Mostra com exibição acompanhada da Orquestra Sinfônica de Heliópolis no Auditório Ibirapuera


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