Quem conhece a atriz Renata Sorrah apenas pelos papéis lendários na televisão, pode se surpreender ao vê-la no palco sem fazer um papel específico, e sim como ela própria. Na peça “Preta”, dirigida por Marcio Abreu, ela contracena com atores como Grace Passô, participando de uma discussão tensa e terna sobre o racismo, as diferenças e outros temas da atualidade. “Preto” inicia uma temporada de três meses no Rio de Janeiro – com duas semanas em Dresden, Frankfurt e Paris – depois de um ano em cartaz em São Paulo. A peça pretende ir além do racismo. “É um exercício coletivo em que todos improvisam e colaboram no texto”, diz Renata. “Pela primeira vez, atuo em uma peça escrita no processo da representação.” Ela se diz entusiasmada ao constatar que o teatro ainda modifica as pessoas. “É como voltar às origens”, afirma. Aos 70 anos, completa 50 de teatro. Estreou em 1967 nas peças engajadas do Tuca (Teatro Universitário Católico do Rio de Janeiro). Dois anos depois, começaria nas novelas de TV, sem nunca deixar a ribalta. “O teatro mostra outro lado meu, de alguém que acredita na aceitação do outro e na soma das diferenças.”. CCBB Rio, de 10/1 a 11/3.

Acerto de contas em família

Outro sucesso de 2017 que volta à cena é o drama “Agosto”, do dramaturgo americano Tracy Letts, vencedor dos prêmios Pulitzer e Tony. No Brasil, a peça fez sucesso na montagem de André Paes Leme. Com um palco dividido em vários cômodos de uma casa, a história relata o acerto de contas final entre Violet (Guida Vianna), com câncer, e suas três filhas dissimuladas, lideradas pela mais agressiva, Barbara (Letícia Isnard). Teatro Sesi Centro (RJ). e 11/1 a 4/2.