Atropelados pelo ministro Luíz Roberto Barroso, que determinou o afastamento do senador-cueca Chico Rodrigues, os senadores correm para acionar a Comissão de Ética contra o amigo de Bolsonaro. O senador Alessandro Vieira (foto) está pedindo a cassação do mandato do colega de Roraima. Agora, começa o jogo sujo: na sua vaga, assumirá o suplente, que vem a ser seu próprio filho, Pedro Arthur Rodrigues.

Retrato falado

“Eu pago IPVA do meu carro, mas os ricos não pagam imposto sobre suas lanchas e seus aviões” (Crédito:Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Plínio Valério diz que seu projeto para taxar as grandes fortunas está pronto há meses no Senado para ser votado, mas “inexplicavelmente” não entra em pauta. “Forças ocultas no Senado não permitem que ele seja votado”, afirma. Para ele, está na hora dos milionários contribuírem para acabar com as desigualdades no País. “Na pandemia, vimos 33 brasileiros tornarem-se bilionários, enquanto milhares de pessoas não morreram de fome por causa do auxílio emergencial.”

 

Desemprego

O desemprego continua batendo recordes. Entre maio e setembro, o IBGE registrou que 4,1 milhões de pessoas buscavam ocupação no mercado de trabalho. Ou seja, um aumento de 43%. Já são 14 milhões de brasileiros desempregados — o maior número da história. Somente na última semana de setembro, a taxa de desemprego saltou de 13,7% para 14,4%. Em uma semana, a política de Guedes fez com que 726 mil pessoas passassem a procurar emprego, enquanto outras 647 mil foram demitidas. Os técnicos do IBGE acreditam que mais gente está à procura de trabalho porque o auxílio emergencial caiu de R$ 600 para R$ 300 e essa queda na renda motiva a busca pela sobrevivência.

 

Invisíveis

O aumento das demissões empurrou mais gente para a informalidade. Somente na última semana de setembro, o número de pessoas sem emprego formal cresceu de 33,6% para 34,2%. Significa que o Brasil tem 83 milhões na formalidade e outros 90 milhões na informalidade, dos quais 40 milhões são miseráveis.

 

Test drive

Pedro Ladeira/Folhapress

O deputado Alexandre Frota ficou surpreso com as declarações do ministro André Mendonça de que a PF adquiriu um equipamento capaz de detectar como e de onde são disparadas as fake news. “Ora, ele deveria usar o aparelho num test drive dentro do Palácio do Planalto. É de lá que é que elas são disparadas.”

 

Filhos

Frota diz, ainda, que “os ataques de ódio são produzidos pelos próprios filhos do presidente e por sua curriola ideológica”. Para ele, se o ministro da Justiça usasse os aparelhos no Palácio, “já teríamos os endereços dos que praticam os ataques virtuais às instituições”. Ele afirma que o governo trabalha para arquivar a CPMI das Fake News.

 

Censura prévia

Allan Calisto/Futura Press/Folhapress

A juíza Soraya Hassan Bas Lauar, da 1ª Vara Civel de Belo Horizonte, determinou que ISTOÉ retire de seu site a reportagem “O líder das falcatruas”, que aborda irregularidades cometidas pelo prefeito Alexandre Kalil (foto). É um ataque claro à liberdade de imprensa e configura-se como censura prévia.

 

Toma lá dá cá

Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador

Divulgação

Como o senhor compara o desempenho do DEM e o do PT nestas eleições?
Lideramos a disputa em pelo menos sete capitais, como Salvador, Curitiba, Florianópolis e Rio de Janeiro, enquanto o PT colhe o desgaste dos problemas que plantou lá atrás: desde 2014 seu desempenho é decrescente.

O senhor acha que o péssimo resultado petista deve-se a Lula ter sido preso?
Não cabe a mim aposentar ninguém, mas o PT perdeu a narrativa. Antes, era o golpe sofrido com o impeachment da Dilma. Depois, foi o Lula preso. Agora que Lula foi solto, o PT perdeu sua bandeira.

Não foi Lula quem disse que iria varrer o DEM do mapa?
O mundo girou e as coisas mudaram. O DEM ganha musculatura e o PT perde o seu capital político.

 

Rápidas

• Paulo Guedes ainda não desistiu de implantar o famigerado imposto sobre transações digitais (CPMF). Disse que enquanto não encontrar um jeito de desonerar a folha, vai preferir esse “imposto de merda”. Ninguém aguenta mais esse dilema do ministro da Economia.

• Bolsonaro disse que havia acabado com a Lava Jato porque não há mais corrupção. Esquece-se que com os filhos e amigos que tem jamais poderia ter dito uma coisa dessas. Todos eles adoram manipular dinheiro vivo.

• Entre janeiro e abril, o Tesouro terá que pagar aos investidores de seus títulos um total de R$ 643 bilhões. O valor equivale a 15,4% da dívida interna. Economistas temem que o governo não tenha esses recursos. Haverá calote?

• Os bolsonaristas querem que a ministra Tereza Cristina (Agricultura) reassuma a vaga de deputada para disputar a presidência da Câmara, mas o Centrão não quer nem pensar nisso: o candidato do grupo é Arthur Lira.