Quatro atentados em três meses e um incêndio fatal deixaram um rastro de horror em um ano na Grã-Bretanha, que também registrou o assassinato de uma deputada e o terremoto político provocado pela vitória do Brexit.

A rainha Elizabeth II mencionou no domingo o “sombrio estado de ânimo nacional” e pediu a unidade do país.

A seguir os principais fatos no país desde junho de 2016.

– O assassinato de Jo Cox

Em 16 de junho de 2016, a deputada trabalhista Jo Cox, pró-europeia e defensora dos refugiados, foi assassinada ao final de uma campanha tensa para o referendo sobre a saída da União Europeia (UE), na qual uma ala dos partidários do Brexit utilizou o fantasma da imigração. Foi o primeiro assassinato de um deputado britânico por uma pessoa de extrema-direita, que cometeu o crime contra a política de 41 anos aos gritos de “Reino Unido primeiro”.

– O triunfo do Brexit

Em 23 de junho de 2016, os britânicos aprovam em referendo a saída da UE, encerrando mais de 40 anos de adesão e o primeiro caso de um Estado membro a abandonar o bloco fundado após a Segunda Guerra Mundial. A decisão provocou um abalo sísmico limitado à política britânica – a renúncia do primeiro-ministro David Cameron e ascensão de Theresa May – porque não afetou outros países da UE.

– Ataque na ponte de Westminster

Em 22 de março de 2017, após 12 anos sem atentados graves, um britânico convertido ao islã, Khalid Masood, avançou com seu carro contra as pessoas que atravessavam a ponte londrina de Westminster. Em seguida desceu do veículo, esfaqueou um policial até a morte e foi abatido. O atentado deixou cinco mortos.

– O atentado de Manchester

No dia 22 de maio de 2017, um homem-bomba executou um atentado ao final de um show da cantora americana Ariana Grande, uma ação que deixou 22 mortos, em sua maioria adolescentes e pais que aguardavam os filhos na saída da apresentação. O autor foi identificado como Salman Abedi, britânico de origem líbia, e o ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

– Atentado de Borough Market

Em 3 de junho de 2017, três homens atropelaram com uma van os pedestres na London Bridge da capital britânica, antes de descer do veículo e esfaquear as pessoas que encontraram em seu caminho na área de bares e restaurantes de Borough Market. Os criminosos foram mortos pela polícia, mas antes mataram oito pessoas.

– A “derrota” de Theresa May

No dia 8 de junho de 2017, o Reino Unido comparece às urnas para eleições antecipadas convocadas pela primeira-ministra conservadora Theresa May, que buscava aumentar sua maioria absoluta e assim negociar o Brexit em posição de força. Mas os conservadores ficaram sem maioria absoluta e dependem agora do apoio dos 10 deputados de um pequeno partido unionista da Irlanda do Norte, o Partido Unionista Democrático.

– O incêndio na Torre Grenfell

Em 14 de junho de 2017, um incêndio devasta um prédio de apartamentos no bairro de Kensington, habitado em sua maioria por famílias humildes. Ao menos 79 pessoas morreram e uma nova crise começa para May, cada vez mais fragilizada. Os repetidos alertas dos moradores sobre a falta de segurança do edifício antes da tragédia, assim como o fato de May ter evitado os moradores em sua primeira visita ao local do incêndio, provocaram indignação.

– Atentado contra a mesquita

Nos primeiros minutos de 19 de junho, um homem ao volante de uma van atropela intencionadamente os fiéis que deixavam uma mesquita de Londres. O ataque deixa um morto e 10 feridos.