Os últimos 15 quadros que ainda permaneciam no interior da Notre-Dame de Paris e não foram danificados no incêndio desta segunda-feira (15) foram transportados nesta sexta para o Museu do Louvre, onde permanecerão armazenados durante as obras de restauração da catedral.

A maioria dos quadros são telas gigantes do século XVIII oferecidas pela corporação de ourives de Paris e assinadas por artistas como Laurent de La Hyre e de Charles Le Brun.

As obras “foram preservadas das chamas” e “se encontram em condições quase normais”, disse o ministro francês da Cultura, Franck Riester.

De fato, o interior da nave onde estavam as obras não foi alcançado pelo incêndio que devastou o teto da catedral gótica e sua emblemática agulha de 93 metros.

Nesta sexta, as obras foram cuidadosamente embalados e colocados em caminhões e serão transportados para “um lugar seguro”, provavelmente o Museu do Louvre.

Foram mobilizadas cerca de 50 pessoas para a operação, inclusive restauradores e conservadores.

“As telas são grandes e pesadas” e “a tarefa de envolvê-las é a mais longa porque primeiro pegamos, observamos, verificamos seu estado, tiramos fotos e finalmente as embrulhamos”, disse Isabelle Pallot-Frossard, diretora do Centro de Pesquisa e de Restauração de museus da França.

Depois de sua retirada, restam apenas quatro obras na catedral, igualmente intactas, mas que ainda estão inacessíveis por motivos de segurança.

Para justificar seu bom estado de conservação, Pallot-Frossard explica que “não caiu água nas capelas. Tampouco houve fuligem, já que não houve nenhum fogo na catedral. Quando as vigas em chamas caíram, os bombeiros controlaram imediatamente o fogo”.

Na última segunda-feira, um incêndio de origem aparentemente acidental devastou o teto da emblemática catedral gótica e sua flecha de 93 metros.

A Notre-Dame é o monumento histórico mais visitado da Europa. Em 2017, recebeu 12 milhões de turistas.